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Mudanças nas relações entre EUA e México podem ser positivas para indústrias gaúchas

A participação da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) nas atividades da Coalizão Empresarial Brasileira (CEB) junto ao governo federal rendeu neste início de 2017 uma boa perspectiva para indústrias interessadas em negócios com o exterior. Com informações detalhadas sobre negociações bilaterais com o México, o coordenador do Comitê de Relações Internacionais do Conselho de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Concex) da FIERGS, Frederico Behrends, aponta a urgência na preparação de empresas que querem alavancar exportações em 2017.
 
De acordo com ele, o desentendimento comercial entre os Estados Unidos e o México terá um efeito positivo e rápido sobre como o Brasil poderá se expor em uma negociação direta com o país mais ao Sul da América do Norte. “O México apresenta peculiaridades na área industrial que nos interessam muito. Passou anos dependendo dos Estados Unidos e não possui uma produção que atenda seu próprio mercado. Portanto, importa itens dos quais o Rio Grande do Sul é muito competente. E ainda há toda a questão agroindustrial também”, sinaliza Behrends.
 
Por outro lado, o governo brasileiro tem se posicionado completamente aberto a novos acordos desde 2016. Seja no âmbito do Mercosul ou com o Brasil atuando de forma independente, há uma orientação para buscar possibilidades de abertura de mercados para as exportações. “A CEB é um mecanismo de coordenação do setor privado, que atua no acompanhamento das negociações internacionais, sobretudo dos processos de integração comercial nos quais o Brasil está envolvido”, explica o coordenador.
 
No caso de um acordo com o México, além de indústrias, a produção de milho tem grandes possibilidades de exportação. No dia 15 de fevereiro, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, confirmou que uma comitiva de mexicanos virá ao Brasil em março para verificar as condições de o País se tornar fornecedor do grão. “Um novo acordo bilateral entre Brasil e México já está sendo alinhavado, pois, hoje, são apenas 400 linhas tarifárias que estão zeradas. O Brasil pretende que sejam seis mil linhas”, revela. As potencialidades, portanto, são enormes. Por exemplo, o segmento de móveis. Hoje, para o produto entrar no México, o importador mexicano paga, em média, 10% de tarifa. Com acordo, será zero. O mesmo poderá ocorrer com máquinas, calçados, vestuário, etc. “A expectativa dos negociadores é que em 150 dias tudo estará resolvido”, conclui Behrends.
 
Os segmentos industriais interessados em verificar oportunidades de itens incluídos na negociação entre União Europeia e Mercosul podem procurar a FIERGS e obter informações e orientações sobre a atuação da entidade junto à Coalizão Empresarial Brasileira e à Confederação Nacional da Indústria. 
 
 
 
Publicado quarta-feira, 1 de Março de 2017 - 11h11