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Para o presidente da FIERGS, desenvolvimento do Brasil passa pela educação de qualidade

"Como nos ensinam os países do hoje chamado ‘primeiro mundo‘, o desenvolvimento passa, necessariamente, pela educação de qualidade. Essa é uma das bandeiras levantadas pelo Sistema FIERGS nos últimos anos". Com essas palavras, o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, deu início à aula inaugural dos cursos de graduação da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) do campus de Montenegro. O encontro, ocorrido na noite desta segunda-feira (12), no Cine Tanópolis, na cidade do Vale do Caí, reuniu cerca de 200 pessoas, entre estudantes, professores e empresários. Müller reforçou a importância da expansão das redes de ensino superior no Rio Grande do Sul, e o trabalho realizado pelo Sesi-RS, Senai-RS e IEL-RS em todas as etapas − da educação básica à superior.

Müller também abordou a tese da "Hélice Tríplice", do professor de Stanford, Henry Etzkowitz, que valoriza o conjunto de ações integradas entre a universidade, a indústria e os governos. "A indústria transforma os papers em PIB. Por isso, precisamos da articulação forte entre as três hélices para consolidar um caminho sem volta, sem retrocesso, agregando valor à sociedade rio-grandense e brasileira", salientou.

O empresário destacou para os estudantes a necessidade de um choque de industrialização no Brasil por conta do quadro desenhado ao longo do tempo. Lembrou que, se em 1985, a manufatura de transformação representava 27% do PIB, no ano passado, essa participação chegou a menos de 16%. "As nações prósperas nos mostram que o setor industrial sempre foi a base do processo de desenvolvimento, como é o caso da Coreia e da China. No Brasil, essa tendência inversa se reflete nitidamente no fato de exportarmos cada vez mais produtos primários, e menos itens manufaturados", alertou Müller.

Reforçou ainda o fato de o Brasil ser beneficiado por questões naturais e geográficas, incluindo 851 milhões de hectares de terras, 220 milhões de hectares de pastagens para o gado e não se chegou a 50 milhões de hectares utilizados pela agricultura, 3.300 horas de sol por ano e até 20% das reservas de água doce do mundo. "Além disso, não temos vulcões, furacões, terremotos, nem desertos. Vivemos em uma nação abençoada neste sentido e precisamos aproveitar essa potencialidade", afirmou Müller, e finalizou a noite deixando um recado aos estudantes. "O vírus do associativismo nasceu comigo nesta região. Aprendi muito cedo que o sucesso não é individual, mas sim coletivo, e construir uma rede de contatos é consistente e fundamental para obter sucesso", sugeriu.

Publicado quarta-feira, 14 de Março de 2012 - 0h00