Você está aqui

Rio Grande do Sul incrementa as ligações hidroviárias

O governo federal reconhece a importância de encontrar alternativas mais eficientes e econômicas de transporte, incrementando o intercâmbio comercial e permitindo o acesso livre de empresas brasileiras e uruguaias aos mercados dos dois países. Dentro deste contexto, o Rio Grande do Sul se insere como Estado fundamental, por conta de ligações hidroviárias a serem melhor exploradas nos rios Jacuí e Taquari, além das lagoas dos Patos e Mirim. Estes aspectos foram ressaltados pelo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, no Seminário Internacional "O Transporte Fluvial e Lacustre Brasil-Uruguai", realizado nesta sexta-feira pelo Ministério dos Transportes, na sede da FIERGS. O evento contou com a presença do presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Paulo Tigre, entre outras autoridades brasileiras e uruguaias.

Segundo Passos, o governo federal destina R$ 230 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) para aplicação, em quatro anos, em hidrovias no Estado a partir de 2011. "Precisamos preparar a infraestrutura para que se ofereçam as condições de navegação entre os dois países. Nas bacias, estamos ainda muito distantes do potencial a ser atingido", ressaltou. Para isso, afirmou o ministro em entrevista coletiva, são necessárias "intervenções" como balizamento, dragagem e sinalização das águas. Do outro lado da fronteira, de acordo com Jorge Camaño, representante do ministro de Obras Públicas do Uruguai, o país vizinho já tem assegurados US$ 30 milhões com a iniciativa privada para obras de infraestrutura.

Em seu discurso de abertura, o presidente da FIERGS salientou que, como Estado de fronteira, o Rio Grande do Sul cultiva uma visão ampla sobre o relacionamento entre as nações. "Na formação dos blocos geopolíticos e no intercâmbio entre países que deles fazem parte, pontuamos sempre a importância fundamental da integração física. Por isto entendemos, compreendemos e defendemos os investimentos na logística de transportes", disse Tigre.

O industrial observou que os processos de desenvolvimento dos países necessariamente incluem os investimentos em infraestrutura como ponto indesviável dos planejamentos nacionais. "Logicamente, esses investimentos devem ter a participação da iniciativa privada, somando o esforço público ao setor privado através de regulamentação e marcos legais definidos e modernos, em sintonia com o que se vê nas demais nações desenvolvidas", comentou.

No módulo "As Perspectivas da Indústria e a Hidrovia da Lagoa Mirim", o coordenador do Conselho de Infraestrutura da FIERGS, Ricardo Portella Nunes, apresentou o projeto de viabilidade do modal hidroviário para o transporte de contêineres do Rio Grande do Sul, desenvolvido em parceria com o Conselho de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Concex) da entidade. "Nessa área, o que os industriais gaúchos buscam para aumentar a sua competitividade é uma logística que diminua os custos e o tempo de entrega das mercadorias", disse.

Segundo Portella, a Força Tarefa Intermodal é formada pelo governo do Estado, pela FIERGS, por indústrias e outras entidades empresariais e do segmento de transporte hidroviário. O grupo atua no suporte, na facilitação e na remoção das barreiras institucionais, na gestão integral das operações logísticas e na questão de barcaças adequadas ao transporte de contêineres.

Publicado sexta-feira, 16 de Julho de 2010 - 0h00