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Rio Grande do Sul tem o primeiro Comitê de Inovação do Brasil

Unidade é pioneira no projeto da CNI para envolver 30 mil empresas no País

A primeira unidade do Comitê Empresarial da Inovação, criado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi inaugurada nesta segunda-feira (30), na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), em Porto Alegre. O objetivo da iniciativa é sensibilizar as empresas para que realizem atividades de pesquisa e desenvolvimento, aumentando o protagonismo privado na inovação e o trabalho em parceria com governos.

O núcleo gaúcho é o primeiro dos 35 que devem ser instalados no País, com o desafio de sensibilizar 30 mil empresas brasileiras, com a capacitação de 50% delas, entre outras propostas. "Inovação requer um movimento articulado entre as universidades, empresas e governos. Com essa dinâmica interativa é possível atingir o objetivo que temos muito nítido, que é o de transformar ‘papers‘ em PIB, e o PIB gerado viabiliza a elaboração de novos ‘papers‘ em um círculo realmente virtuoso", comentou o presidente da FIERGS, Paulo Tigre.

Para o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, que participou do evento, os investimentos em inovação não devem ser aplicados apenas no desenvolvimento de novos produtos. "É preciso sustentar estabilidade com equidade. O acréscimo na produtividade sustenta a lucratividade, aumenta o salário real sem gerar incremento de preços, o que melhora a distribuição de renda e aumenta a formalização do emprego", defendeu. Coutinho lembrou que o gasto privado em inovação ainda é muito baixo no Brasil, de apenas 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). "Nós queremos dobrar este número. A média nos países dinâmicos é de 1% a 1,5% do PIB", salientou. "Não faltam recursos para inovação. O que falta é uma mobilização do setor privado nacional para utilizar todas as linhas de crédito. O evento de hoje na FIERGS é um grande passo para mudar este cenário", afirmou o presidente do BNDES.

A dissonância do Brasil em relação a países ricos na participação privada nos investimentos em inovação também foi um dos temas abordados pelo secretário-executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia, Luiz Elias. "Em países desenvolvidos, cerca de 70% dos dispêndios são das empresas. Por isto, defendemos a articulação de agendas de inovação e podemos afirmar que não faltarão recursos da Finep e do BNDES para o tema", comentou.

A previsão da CNI é criar mais seis núcleos estaduais ainda este ano e expandir a iniciativa para todo o País a partir de 2011. Além do Estado, devem implantar o Comitê em 2010 Santa Catarina, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e Espírito Santo. "Foi aqui no Rio Grande do Sul que lançamos a ideia do comitê na primeira edição do Congresso Internacional de Inovação. Por isto, é com orgulho que começamos esta jornada aqui em Porto Alegre", definiu o diretor de operações da CNI, Rafael Lucchesi.

O Comitê do Rio do Grande do Sul será coordenado por Ricardo Felizzola, responsável pelo Conselho de Inovação e Tecnologia da FIERGS. "Inovação sempre houve, mas agora as novidades circulam de forma mais rápida e integrada, e temos que aproveitar a estrutura que possuímos no Brasil, com desenvolvimento acadêmico e marcos legais", disse ele, destacando a importância da criação da Lei Estadual de Inovação, que teve o envolvimento de todos os setores da sociedade.

Também integrarão o núcleo gaúcho instituído pela CNI os industriais Aderbal Fernandes Lima (diretor-executivo da Novus), André Bier Gerdau Johannpeter (presidente da Gerdau), David A. Randon (diretor-presidente da Randon), Humberto César Busnello (diretor da Toniollo, Busnello), José Antônio Martins (conselheiro de Administração da Marcopolo), Luiz Francisco Gerbase (presidente da Altus), Marcus Coester (vice-presidente da Coester), Mathias Elter (diretor-superintendente da TMSA) e Nestor Perini (diretor-presidente da Lupatech).

Publicado segunda-feira, 30 de Agosto de 2010 - 0h00