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A Ordem do Mérito Industrial da CNI foi entregue ao empreendedor Clovis Tramontina nesta terça-feira (12), na sede da FIERGS, em Porto Alegre. “Para competir precisamos ser bons dentro de casa. E esse nunca foi um problema para a Tramontina. Inserida num País de oportunidades, apostamos em produtos ‘made in Brasil’, a partir do investimento em automação, tecnologia e inovação. São eles que irão proporcionar a retomada do crescimento. Não podemos deixar de acreditar no Brasil, apesar do cenário sociopolítico atual. Diante da crise, a divisão de ideais ocorre, mas não pode ultrapassar a nossa visão unificada de superação”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da empresa que está há mais de um século no mercado brasileiro e presente em cerca de 120 países.

O industrial acredita que o governo tem que investir em infraestrutura, no setor industrial e promover a inclusão social para o consumo necessário ao funcionamento do mercado. “Não tem mais de incentivar o consumo inconsciente, que só endivida famílias”, alertou. Para Clovis Tramontina, a atual situação econômica do Brasil é de estagnação. “Os motivos são muitos. Entre eles estão os poucos investimentos em infraestrutura e a falta de planejamento estratégico de longo prazo para a economia. A indústria será sempre uma aliada do crescimento, e a Tramontina seguirá com o foco na indústria e produção. Somos uma empresa com vocação industrial desde sempre”, destacou.

O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, falou em seu discurso sobre os desafios que os empreendedores brasileiros precisam enfrentar para inovar, ampliar a produção, conquistar mercado externo e gerar emprego e renda. “O Brasil é pródigo na criação de dificuldades para as empresas. Parece que é pecado estimular, incentivar, facilitar e simplificar a instalação e a expansão dos empreendimentos privados”.

Müller lembrou ainda que há um duplo ajuste de contas: o do governo federal, já em andamento, que se somará ao anunciado pelo setor público gaúcho. “Isto quer dizer que para os nossos empreendedores, o desafio será em dobro. Nesse contexto provocativo, o que esperamos dos governantes é uma conduta de equilíbrio. Equilíbrio significa não gastar mais do que a receita e não onerar setores sem dar contrapartidas”. Dirigindo-se ao governador José Ivo Sartori, o presidente da FIERGS disse que a entidade está disponível, com seu acervo técnico, seus dirigentes, e os sindicatos filiados para avaliar as decisões de ajuste antes que as medidas sejam definidas e definitivas. “Temos certeza de que atuando em conjunto, poderemos ultrapassar as barreiras atuais”, reforçou. “O que nos estimula são exemplos como o de Clovis Tramontina, que soube empreender e dar uma colaboração significativa para o setor industrial deste Estado”, afirmou.

A presidenta Dilma Rousseff encaminhou à Presidência da FIERGS os cumprimentos ao homenageado da Ordem do Mérito Industrial. No texto, ela destaca que a distinção entregue pela CNI e FIERGS “faz justiça a um empreendedor comprometido com o desenvolvimento do Brasil”.  

O governador José Ivo Sartori falou que é fundamental “pensar e repensar todas as ações” devido às rápidas transformações políticas, econômicas e sociais que o mundo vive. “Estamos em um estágio de exaustão de visões e modelos, um esgotamento de valores em escala global. A sociedade deve ser a protagonista das mudanças e Estado atuar sem preconceito político e ideológico. Acredito na parceria público-privada e em quem trabalha e produz. Nesse contexto, temos o exemplo de Clovis Tramontina, um dos protagonistas do desenvolvimento”, discursou.

O vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Fernandes Tigre, falou em seu discurso que, assim como a FIERGS, a Confederação Nacional da Indústria tem se ocupado na defesa dos interesses do setor produtivo, “influindo para que se escrevam capítulos bem mais positivos” na história econômica e social do País. “É necessário compreender que hoje estamos num momento atípico, já denominado de ‘tempestade perfeita’, quando se somam as dificuldades políticas e econômicas. Nesse contexto, as entidades são incompreendidas no seu papel de representação. Precisamos entender que há limites na sua atuação, no seu poder de influir, e em que âmbito influir. E ainda temos que superar o ônus de uma imagem distorcida que foi imposta genericamente aos empresários. Por isto, devemos utilizar premiações como esta para enaltecer o empreendedorismo”, discursou. “É nesta visão que saúdo Clovis Tramontina. Sou portador dos cumprimentos do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e do chanceler da Ordem do Mérito Industrial, Jorge Corte Real”, concluiu.

A iniciativa premia lideranças que contribuem para o crescimento do País e o bem-estar da sociedade. Com mais de meio século de existência, a mais alta condecoração da indústria brasileira já foi conferida a personalidades como o ex-presidente da República Juscelino Kubitscheck e os empresários Jorge Gerdau e Antônio Ermírio de Moraes.

Perfil Clovis Tramontina
O empresário Clovis Tramontina preside, desde 1992, uma das maiores indústrias do País que se mantém genuinamente brasileira. Sob sua administração, a Tramontina desenvolve e produz em solo nacional seus mais de 18 mil produtos, investindo na geração de empregos, impostos, inovação e desenvolvimento.

Ele nasceu em 1956 no município de Carlos Barbosa, berço e sede da empresa fundada por seus avós em 1911. Começou sua carreira obedecendo a seguinte filosofia: para ocupar qualquer comando é preciso conhecer profundamente as particularidades de cada área da organização. Assim, antes de assumir a presidência, trabalhou durante anos em diversos setores da Tramontina até chegar à sua grande vocação: a arte de negociar.

A formação de Clovis Tramontina teve início na faculdade de Administração de Empresas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Depois, concluiu o curso de Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e a pós-graduação em Administração pela Fundação Getúlio Vargas, de São Paulo. Também cursou MBA Empresarial na Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte, e concluiu o Programa de Gestão Avançada – PGA, pela Insead – escola de Negócios em Fontainebleau, na França.

Na vida dos brasileiros há mais de um século, a Tramontina está presente em mais de 120 países. Possui hoje cerca de 7 mil funcionários em dez unidades fabris, que produzem utensílios e equipamentos para cozinha, eletros, ferramentas para agricultura, jardinagem, manutenção industrial e automotiva, construção civil, materiais elétricos e móveis em madeira e plástico.

 

Publicado quarta-feira, 13 de Maio de 2015 - 11h11