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Venezuela e Rússia respondem por quase metade das perdas das exportações do RS

As exportações totais do Rio Grande do Sul seguem registrando perdas na comparação com 2015. Em julho, as vendas externas gaúchas totalizaram US$ 1,73 bilhão, o que representa uma queda de 5% em relação ao mesmo mês do ano passado. Na análise por tipos de mercadorias, as commodities somaram US$ 722 milhões (elevação de 10,4%). "Praticamente metade das perdas do setor exportador industrial no mês pode ser atribuída à Venezuela e à Rússia, países marcados por instabilidade política e grave crise econômica, que diminuíram a demanda por carne do nosso estado. No entanto, o acordo firmado para o comércio de bovinos com os Estados Unidos é muito importante, o que deve ajudar a equilibrar parte das perdas recentes do segmento no futuro”, explica o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, ao avaliar o resultado da balança comercial, nesta quinta-feira (11). As vendas externas da indústria de transformação foram de US$ 1 bilhão, valor 12,7% menor nessa base de comparação. Trata-se do nível mais baixo para os meses de julho desde 2005 (US$ 981 milhões).
 
No mês passado, os venezuelanos reduziram a demanda por carne de frango in natura (-84%) e de laticínios (-92,3%), enquanto os russos importaram menos carne suína do Rio Grande do Sul (-61%). Em função disso, a categoria de Alimentos caiu 18,9%. Produtos químicos, também (-33,7%), influenciados pela queda na cotação em dólar das mercadorias e pelo menor volume físico embarcado. Por outro lado, a contribuição positiva mais relevante veio de Tabaco (17,4%), mas com o crescimento favorecido pela baixa base de comparação. No mesmo período do ano passado, o valor exportado, de US$ 131,5 milhões, foi o mais baixo para o mês desde 2000.
 
Já entre janeiro e julho, as exportações totais alcançaram US$ 9,43 bilhões, valor 4,5% inferior aos sete primeiros meses de 2015. Por sua vez, a indústria caiu 4,3% (somou US$ 6,49 bilhões). O principal avanço ocorreu em Celulose e Papel (281,7%). Produtos Alimentícios (-12,3%), Produtos Químicos (-9,3%) e Máquinas e Equipamentos (-11,5%) foram os segmentos que recuaram mais intensamente.
 
IMPORTAÇÕES
Com compras de US$ 612 milhões, as importações gaúchas caíram 45,2%, o valor mais baixo desde 2005 para o mês (US$ 581 milhões). Apenas a categoria de Bens de Consumo, com 32,9%, subiu. Os segmentos mais ligados à indústria – Bens de Capital e Intermediários – tiveram quedas acentuadas: 52,1% e 47,8% respectivamente, em função da recessão econômica que atinge o estado e o Brasil.
 
 
Publicado quinta-feira, 11 de Agosto de 2016 - 15h15