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Ao longo de 75 anos de história, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio Grande do Sul (Senai-RS) já capacitou mais de 11 milhões de profissionais para as indústrias do Estado. Um dos termômetros do desempenho da instituição na preparação de trabalhadores de ponta são os resultados obtidos desde 1991 na WorldSkills, quando se chamava Torneio Internacional de Formação Profissional. De lá para cá os alunos do Senai gaúcho subiram 16 vezes ao pódio, somando medalhas de ouro, prata e bronze. Nesse número estão incluídas as três medalhas obtidas na última edição da maior competição mundial de profissões técnicas, em Abu Dhabi. A disputa encerrou para os competidores de 2017, mas os frutos dessa experiência estão apenas no começo. Eles foram homenageados, nesta terça-feira, pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Porcello Petry, na Reunião de Diretorias FIERGS/CIERGS. “Esses garotos que estão aqui se prepararam muito, treinaram duro durante anos e merecem todo o nosso respeito pelo resultado dessa dedicação”, comentou Petry. Eles foram presenteados com um celular iPhone. 


Segundo os jovens, todo esse esforço comentado pelo presidente da FIERGS valeu a pena. Com exceção de Murilo Antunes da Silva, competidor de Tecnologia em Mídia Impressa, que seguiu em Porto Alegre, os outros companheiros passaram o ano todo em preparação no centro de treinamento montado especialmente em Brasília. “Essa medalha representa esses mais de dois anos de preparação. Tivemos que abrir mão de festas com os amigos, passeio com a família, pois tínhamos treinamento. Nos privamos de algumas coisas e no final vemos que tudo valeu a pena”, comemora Gustavo Andreola, da dupla de Mecatrônica. Seu parceiro Lucas Tochetto, depois de um descanso, já prevê os próximos passos profissionais. “Chegamos muito longe com o curso técnico, na sequência vem a faculdade, um curso de inglês e aperfeiçoamento na nossa área. Quero crescer, trabalhar em uma empresa e, de repente, abrir uma empresa na área de automação”, projeta. Os dois venceram outras 36 duplas em Abu Dhabi.

Os pais tiveram papel fundamental nessa jornada. Um exemplo é Marlove Fátima Alves Tochetto, mãe de Lucas. “Mesmo estando longe, acompanhamos tudo de perto do jeito que conseguimos. Todos eles têm um futuro brilhante, podem ser parte da esperança para o nosso país. Só tenho a agradecer ao Senai por todo o investimento no meu menino”, projetou. Já a mãe de Gustavo, Roselaine Zarpelon, lembrou a trajetória do filho, que saiu do interior de Carlos Barbosa para morar sozinho em Caxias do Sul em busca do sonho de estudar mecatrônica. “A vida dele é o Senai, aí está o resultado”, afirmou. 

Já Murilo Antunes da Silva, medalha de ouro em Tecnologia em Mídia Impressa, declarou que a experiência adquirida com outros profissionais foi algo que não tem preço. “Para mim, o Senai representa futuro, que é a minha profissão. Eu recebi um desafio e ele foi cumprido com mérito”, afirmou. Theodoro Flores Cardoso, que fez dupla com Guilherme Rabuske em Robótica Móvel, lembra que foi sua primeira viagem internacional. “E para uma competição como essa, onde pude conhecer várias culturas. Durante o treinamento, não tínhamos noção de toda essa grandiosidade”, declarou. O medalha de prata em Joalheria, Andrei Chiesa, comenta que além de toda o conhecimento técnico e cultural o torneio já traz resultados práticos. “No profissional foi algo que eu nunca teria acesso se não fosse o Senai. Nesse curto espaço de tempo, recebi propostas de emprego das quais eu não imaginava ganhar nem a metade do salário proposto”, contou. 

A edição de Abu Dhabi recebeu mais de 1,2 mil competidores de 68 países em 52 ocupações técnicas. No ranking de pontos, a equipe brasileira ficou em segundo lugar – atrás da Rússia, que encerrou a competição com 560 pontos a mais. E que venha a competição na Rússia em 2019 para aumentar os números do Brasil. 

Crédito foto: Dudu Leal

 

 

 

 

 

Publicado quarta-feira, 25 de Outubro de 2017 - 16h16