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Sistemas de proteção da rede virtual e um novo modelo de negócios para empresas de equipamentos e tecnologia foram alguns dos temas debatidos, na FIERGS, nesta quinta-feira (8), durante o X Seminário de Telecomunicações – Conectividade, Segurança e Serviços Sob Demanda. Promovido pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, por meio do Conselho de Infraestrutura (Coinfra), o encontro reuniu profissionais de tecnologia, indústria de equipamentos, prestadores de serviços e operadoras.
 
Na abertura do evento, o coordenador do Coinfra, Ricardo Portella Nunes, que representou o presidente da FIERGS, Heitor José Müller, alertou para os prejuízos provocados à indústria nacional por crimes na internet. “No Brasil, apesar da escassez de dados, a projeção é de que a perda seja entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões ao ano”, disse. Em todo o mundo, de acordo com a instituição norte-americana Center for Strategic and International Studies, o prejuízo anual na economia por esse motivo alcança US$ 445 bilhões. “A ‘Indústria 4.0’ se caracteriza pelo aumento de produtividade, através da evolução da internet em uma rede que, além de pessoas e empresas, agora conecta as próprias máquinas. Neste novo ambiente de negócios, preocupa a segurança da informação. Por isso, aumenta a demanda por equipamentos e dispositivos de blindagem contra ataques cibernéticos, o que obriga as empresas a investir em tecnologia, recursos humanos e processos”, realçou Portella.
 
Na palestra Segurança e Conectividade, o consultor sênior em Segurança da Informação da Embratel e Claro, Yanis Cardoso Stoyannis, afirmou que as defesas tradicionais de rede são insuficientes diante da crescente “especialização das ameaças” de malwares – softwares que se “infiltram” em computadores, provocando danos –, aproximadamente 450 milhões existentes no mundo. Segundo ele, entre as estratégias de proteção das empresas estão a consciência do risco, mapear sistemas críticos e reorganizar a infraestrutura de TI, determinar o impacto organizacional e implementar uma eficiente proteção.
 
Para o gerente de Engenharia da Ceitec S/A, André Braga, que falou sobre o Chip do Passaporte, é muito subjetivo definir o que é suficiente para se ter uma rede imune a fraudes, dependerá da necessidade de cada cliente. Ele sugere a adoção de normas internacionais que unifiquem a interpretação sobre avaliações de segurança.
 
Ao apresentar o projeto Smart Cities desenvolvido pela Telefônica, conglomerado espanhol que mantém a marca Vivo no Brasil, o diretor territorial do Paraná e Santa Catarina da empresa, Jackson Luís Rodrigues, avaliou que as operadoras precisam cada vez mais oferecer acesso a todas as necessidades digitais. “Desde a conexão online até aplicativos pessoais, em qualquer terminal com internet”, disse. O grupo mantém projetos de Smart Cities nas cidades de Santander, Espanha; e um piloto em Águas de São Pedro, interior de São Paulo. Segundo ele, em Santander foram espalhados 20 mil sensores que controlam, entre outros serviços, as estações de tempo e a  qualidade do ar, o monitoramento do tráfego e o sistema de transporte inteligente. Na cidade brasileira, há a possibilidade de gerenciamento da iluminação, dos parquímetros e até agendamento de consultas médicas e prontuários eletrônicos para a população.
 
Em sua palestra A Evolução das Comunicações, o diretor de Negócios da Digistar, Edemar Plantikow Brahm, revelou a previsão de que, em 2020, existam 50 bilhões de dispositivos móveis conectados no mundo. Além disso, o mercado global de conexões machine-to-machine (M2M) deverá crescer uma média de 11,57% anualmente até lá, movimentando US$ 35,16 bilhões. Em função desta nova realidade, a transformação do modelo de negócio das empresas exige dois desafios, diz Brahm: uma rede de acesso simplificada, com conexão permanente e em qualquer lugar; e a implementação da mudança de negócio construído sobre a transformação da rede.
 
De acordo com o presidente da Internetsul, entidade que representa os provedores locais do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Alfredo Heinz, 99% do território gaúcho é atendido por pequenas empresas fornecedoras de internet, suprindo as demandas que as grandes não conseguem. No RS, são 419 empresas na área e, em SC, 322. Na Região Sul, entre 2012 e 2014, ocorreu um crescimento de 28,57% no setor.
 
Foto: Dudu Leal 
 
 
 
Publicado sexta-feira, 9 de Outubro de 2015 - 15h15