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Menos da metade das indústrias executou o investimento planejado em 2014 no RS

A incerteza econômica impediu os empresários gaúchos de cumprirem suas metas e menos da metade executou o investimento conforme o planejado em 2014. Diante da perspectiva de manutenção do mesmo quadro no País em 2015, a intenção de aplicar recursos em projetos é a menor nos cinco anos da pesquisa Investimentos na Indústria no RS – 2014, divulgada nesta terça-feira (10) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS). “O levantamento revelou também que o setor aumentou o uso de recursos próprios no financiamento dos projetos, confirmando o sentimento de que o crédito está mais caro e restrito. Para 2015, o objetivo é aumentar a participação de fontes de terceiros, sobretudo de bancos de desenvolvimento oficiais e comerciais”, diz o presidente da FIERGS, Heitor José Müller. Apenas 47,9% das pesquisadas conseguiram executar conforme o planejado no último período, o percentual mais baixo já registrado.
 
Como utilizaram a maior parte dos investimentos com recursos próprios (61,9% do montante), as empresas precisaram diminuir custos visando se tornarem mais competitivas. Desta forma, 43% buscaram a melhoria no processo produtivo. Mas os recursos tiveram como finalidade também a manutenção da capacidade produtiva (18,7%), a introdução de novos produtos (17,8%) e o aumento da capacidade da linha atual (16,8%).
 
Para 2015, apenas 66,7% pretendem investir, um percentual bem abaixo do apurado no final de 2013 (79,1%). “A avaliação de que a capacidade instalada é mais que suficiente para atender à demanda prevista será outro fator a inibir o investimento e diminuir as compras de máquinas e equipamentos”, explica Müller. O índice de expectativas de compras de máquinas e equipamentos mostra uma desaceleração: caiu de 53,3 pontos em 2013 para 51,7 pontos em 2014. Segundo o levantamento, 88,7% das empresas consideram sua capacidade produtiva adequada ou mais que adequada para a situação atual.
 
Se 65,5% dos recursos em 2014 foram encaminhados para a continuação de projetos anteriores e apenas 34,5% a novos, a perspectiva para o atual período é pior. De acordo com as empresas pesquisadas, 68,1% dos investimentos deverão ser à continuação e 31,9% a novos projetos. O foco segue no mercado doméstico, com 71,4% das respostas, contra 22,4% de “igualmente mercado interno e externo”. Um percentual bem baixo, 6,2%, será para “somente ou principalmente” o mercado externo.
 
A pesquisa Investimentos na Indústria no RS – 2014 abrange 150 empresas, sendo 15 pequenas, 44 médias e 91 grandes e foi realizada entre 4 de novembro e 12 de dezembro.
 

 

Publicado Terça-feira, 10 de Fevereiro de 2015 - 17h17