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Heitor José Müller aponta os cinco temas de seu novo mandato

Ao começar o segundo mandato à frente da Federação e do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS/CIERGS), o presidente Heitor José Müller aponta cinco temas como prioritários a serem tratados na sua nova gestão. "Na experiência acumulada ao longo destes três primeiros anos, fizemos várias análises e nos preparamos para um segundo mandato com muita atenção naquilo que realmente precisamos abordar para ver um Estado melhor, com mais indústrias, empregos e questões sociais atendidas", afirmou durante entrevista coletiva, na manhã desta sexta-feira (18), na sede da FIERGS. A cerimônia oficial de posse, com a presença da presidenta Dilma Rousseff, ocorre à noite, no Teatro do Sesi.

O primeiro ponto destacado por Müller é a necessidade de um ambiente positivo para as empresas. "Da forma como estão colocadas as coisas hoje, criam-se dificuldades para as indústrias, são órgãos governamentais que interferem e se sobrepõem, trazendo muita burocracia", explicou, lembrando os problemas criados, por exemplo, pela demora nos licenciamentos ambientais para a instalação de empresas.

Outro aspecto salientado pelo presidente da FIERGS é em relação à perda de competitividade da indústria nacional. "A maioria de nossas fábricas já fez dever de casa, implantou equipamentos novos e se modernizou. Entretanto, quando passamos do portão para fora, temos uma série de questões que emperram nossa competitividade", observou. Entre eles, citou o sistema tributário, já que no Brasil os impostos como PIS e Cofins são recolhidos na indústria: "Nos outros países, a incidência se dá no momento do consumo, não na produção. Com isso, nosso produto chega necessariamente mais caro ao mercado."

O terceiro tema prioritário ressaltado por Müller diz respeito à governança pública, e a necessidade dos gestores reduzirem o custo do Estado: "Existe uma estrutura política, há muitos anos, de cargos de confiança com um custo muito grande para a administração pública", observou.

A educação transformadora é o quarto item estabelecido pelo industrial. A qualificação dos futuros profissionais que trabalharão pelo desenvolvimento do País deve começar na escola, com informática e inglês como itens obrigatórios para quem deseja buscar vaga no mercado profissional . "Hoje falamos na indústria em robótica, autotrônica e mecatrônica, por exemplo, mas recebemos no Senai alunos sem condições de frequentar as aulas, que necessitam de uma preparação prévia antes de começarem seus cursos", disse Müller.

Por fim, o quinto tema citado pelo presidente da FIERGS é o de iniciar imediatamente o futuro. "Não queremos deixar como legado para nossos descendentes uma educação e condições de infraestrutura piores do que temos hoje, com vias navegáveis, ferrovias, aeroportos e estradas deficientes", concluiu.

Para Heitor José Müller, é preciso entendimento na busca de soluções para os problemas brasileiros. Além disso, o industrial vê como necessidade que o governo federal tome medidas, algumas delas impopulares, para recuperar a economia. Müller alertou que, com o desaquecimento, está difícil para a indústria manter a competitividade.

Publicado sexta-feira, 18 de Julho de 2014 - 0h00