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Piso Regional prejudica as negociações coletivas

"Na prática, o ‘Pibão gaúcho‘ é apenas uma obra de ficção estatística. Além disso, outros fatores são utilizados como pretexto para construir um cenário ilusório. É o caso do "salário mínimo regional", cujos reajustes vêm sendo equivocadamente trazidos para a mesa de negociação como se as categorias que ali estão dialogando fossem inorganizadas. Por isto, a FIERGS continuará empenhada na extinção do mínimo estadual", destacou o presidente da FIERGS, Heitor José Müller, durante o seminário sobre Negociações Coletivas 2014. O evento, promovido pela FIERGS, por meio do Conselho de Relações do Trabalho e Previdência Social (Contrab), ocorreu nesta quinta-feira (3), na sede da entidade. Outra preocupação do setor industrial para as negociações de 2014 é o aumento dos preços de produtos industriais, que não acompanha a elevação do INPC.

De acordo com dados da Unidade de Estudos Econômicos da entidade, os elevados reajustes e as mudanças na data-base fizeram com que o ganho real do Piso Regional entre 2011 e 2014 fosse 2,4 vezes maior do que o do Salário Mínimo nacional. No mesmo período, apesar de o reajuste estadual ter sido de 58,8%, o ganho real ficou em 28,4%. Outra questão que preocupa o setor industrial é o aumento de salários, sem crescer a produtividade, pois essa situação eleva os custos reduzindo a competitividade. No entanto, o que se tem observado é um avanço persistente da massa real de salários, apesar da estagnação da produção, do emprego e das horas trabalhadas na indústria.

No seminário, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) foi representada pelo presidente do Conselho Temático de Relações do Trabalho e Desenvolvimento Social, Alexandre Furlan. O coordenador do Contrab da FIERGS, César Codorniz, elencou algumas das ações desenvolvidas pelo conselho, como o Simpósio de Relações do Trabalho, tratativas de mudanças na Norma Regulamentar (NR-12), eventos de Segurança e Saúde do Trabalho e o Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), que prepara lideranças industriais no Rio Grande do Sul buscando estimular representantes empresariais a pensar estrategicamente, em suas empresas e nas entidades representativas.

Publicado quinta-feira, 3 de Abril de 2014 - 0h00