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Federações do Sul do Brasil debatem os gargalos para a competitividade da indústria

A busca pela competitividade das indústrias da Região Sul do Brasil reuniu as federações do Rio Grande do Sul (FIERGS), de Santa Catarina (FIESC) e do Paraná (FIEP) no Fórum Industrial Sul. O evento foi realizado nesta sexta-feira (27) na sede da entidade gaúcha e teve a apresentação do Projeto Sul Competitivo, que mostra as necessidades de infraestrutura de transportes para os três Estados. Participaram do encontro presidentes, diretores e equipe técnica das entidades, cuja pauta também inclui a questão da matriz energética regional.

"Os custos de logística no Brasil são de 17% e no Rio Grande do Sul chegam a 18%. Acredito que esse valor é a média da Região Sul, ou seja, na corrida pelos mercados já largamos com um peso maior, o que nos retira a competitividade", destacou o presidente da FIERGS, Heitor José Müller. Sobre a energia, Müller destacou que é necessária uma definição governamental quanto ao uso do carvão mineral como fonte para a geração de energia elétrica firme. "Temos que retomar o movimento para a realização de leilões A−5 e que os projetos de usinas a carvão sejam autorizados a participar pelo Ministério de Minas e Energia", afirmou.

O presidente da FIERGS destacou ainda que a medida anunciada pelo governo federal de uma redução dos custos de energia elétrica precisa ser avaliada na sua eficácia real para o setor industrial e pelo acompanhamento dos governos estaduais, visto que o ICMS tem grande peso na conta de luz.

"A soma do custo da energia, da margem das distribuidoras e a carga dos impostos faz com que a luz tenha um acréscimo de 100% para a indústria", avaliou.

O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, afirmou que as três federações estão alinhadas aos temas que envolvem toda a Região Sul e a união dará força aos pleitos encaminhados. "Atuando juntas, as federações se fortalecem na defesa dos assuntos de interesse regional", afirmou. A ideia de atuação conjunta foi ainda defendida pelo presidente da FIEP, Edson Campagnolo. "Pelos nossos dados e estudos fica claro que os interesses dos três Estados são comuns. Temos muito para reivindicar e devemos alinhar nossas ações", disse.

Questões energéticas como o uso do gás natural e do carvão mineral na região Sul também foram detalhados. De acordo com dados divulgados, até 2019, os três Estados utilizarão 30,9 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Para suprir essa demanda, algumas das alternativas apontadas são a recapacitação do Gasoduto Brasil-Bolívia e a construção de terminais de GNL. Outro empecilho é o alto custo do gás natural brasileiro − 30% maior que o italiano, por exemplo. Com uma grande jazida de carvão mineral disponível no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, a liberação do uso dessa fonte por parte do governo federal seria uma alternativa importante para a região.

Publicado sexta-feira, 27 de Julho de 2012 - 0h00