A importância da construção civil no desenvolvimento da economia gaúcha foi o tema da palestra apresentada pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, nesta segunda-feira (19), na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS). Müller abordou as principais contribuições do setor, como a geração de empregos e multiplicação de impactos positivos em vários segmentos produtivos. "Por isso, a construção civil já é conhecida como a locomotiva do setor industrial", afirmou.
O presidente da FIERGS destacou ainda a qualificação de trabalhadores do setor por meio de ações do Senai-RS. A entidade e o Sinduscon-RS atuam em um projeto que deverá reunir todos os cursos vinculados à construção civil em uma única escola , localizada no bairro Anchieta, em Porto Alegre.
Müller falou também sobre o atual cenário econômico. Segundo ele, a indústria de transformação estabelecida no Estado cresceu a uma taxa média anual de 1,6% a partir de 1995 e, até 2011, a construção civil apresentou uma expansão de 2,5% ao ano. Porém, lembrou que ao comparar a construção gaúcha com a nacional o desempenho é menor. "Nas obras de infraestrutura, no mesmo período, a empregabilidade brasileira aumentou 39%, mas no Rio Grande do Sul, 32%". Isso se deve, explicou, a entraves como a demora de licenciamentos, a vigência do piso salarial regional e a fiscalização equivocada sobre as obras. "Somos defensores das empresas organizadas legalmente e das fiscalizações técnicas", acrescentou.
Apesar das dificuldades, o industrial acredita que há condições de manter uma tendência de crescimento do setor nos próximos anos. "O Programa Minha Casa, Minha Vida, é um dos elementos que sustentam essa perspectiva, bem como o desejado aumento do investimento público no Estado", avaliou. "Acho que precisamos de uma nova intervenção pontual no custo burocrático do Brasil. Para o bem da construção civil, e para o bem de todos os cidadãos e empreendedores", finalizou.
