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Ao atingir 24,1 pontos em abril, o indicador de produção da Sondagem Industrial RS, divulgada nessa quarta-feira (27) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), apontou queda de proporções inéditas. Foi o segundo recuo consecutivo, atingindo 72,1% do setor, cuja ociosidade alcançou 51% da capacidade produtiva. A pesquisa mostra que os impactos da pandemia chegaram ainda com mais força no mês passado, com os indicadores de atividade, todos abaixo dos 50 pontos, registrando novos recordes negativos. “As contrações na produção da indústria do Estado observadas em março e abril foram sem precedentes. Os seus impactos serão sentidos por diversos meses, tanto por conta da sua influência no mercado de trabalho quanto nos investimentos”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry. Resultados acima de 50 indicam aumento nos indicadores e abaixo de 50, queda.

A Sondagem de abril revelou também retração sem precedentes no emprego. O indicador de número de empregados mostrou o menor valor da série histórica: 34 pontos. Pouco mais da metade das empresas, 51,2%, reduziram vagas ante março. No mesmo sentido, a ociosidade na indústria gaúcha atingiu novo pico em abril, resultado confirmado pelo menor valor já apurado pela Utilização da Capacidade Instalada (UCI) em relação ao usual no mês: 22 pontos.

Outro dado ruim da Sondagem Industrial de abril foi em relação aos estoques de produtos finais, que depois de cinco meses em níveis ajustados, voltaram a se acumular. Foi o que mostrou o indicador em relação ao planejado (52,6 pontos). Superior a 50, apontou estoques acima do ideal para as empresas.

EXPECTATIVAS NEGATIVAS
Entre as 201 empresas consultadas pela pesquisa, realizada entre 4 e 14 de maio, a maioria revelou expectativa negativa para os próximos seis meses. Todos os indicadores registraram níveis baixíssimos, superando apenas os recordes do mês anterior. Isso significa uma projeção de reduções expressivas para a demanda (32,3 pontos), exportações (32), compras de matérias-primas (30,4) e emprego (34,6). Em maio, 54,5% das empresas declararam que pretendem reduzir o número de empregados nos próximos seis meses.

O quadro, igualmente, se apresenta muito desfavorável no índice de intenção de investimentos deste mês, que com 31,3 pontos só é maior que o de abril (30,2) e bem abaixo de sua média histórica (49). O índice está muito reduzido devido ao grande percentual de empresas, 73,7%, sem intenção de investir nos próximos seis meses.

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Publicado quarta-feira, 27 de Maio de 2020 - 15h15