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Com alta de 4,1% em agosto, na comparação com julho, o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado nessa terça-feira (6) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), manteve a trajetória de recuperação, depois do choque negativo de março e abril. Foi a quarta expansão consecutiva, mas precisa crescer ainda 5,6% para voltar ao patamar de fevereiro de 2020, anterior à crise provocada pelo coronavírus. “O processo de retomada da indústria gaúcha continua, mas é feito em cima de uma base muito deprimida, de perdas históricas provocadas pelas medidas restritivas impostas aos setores econômicos durante essa pandemia”, diz o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, explicando que a recuperação foi impulsionada pelo paulatino afrouxamento dessas medidas restritivas adotadas para o enfrentamento da pandemia.

Entre os componentes do IDI-RS, apenas o faturamento real caiu no período, 3,4%, uma acomodação decorrente da recuperação mais intensa, de 44,8%, ocorrida nos três meses anteriores. Já o emprego cresceu pelo terceiro mês seguido, 1,9%, a maior alta da série histórica. Os demais indicadores também subiram: compras industriais (3,7%), horas trabalhadas na produção (3,4%) e massa salarial real (2%). Já a utilização da capacidade instalada, a UCI, aumentou 2,3 pontos percentuais.

Segundo o presidente da FIERGS, as expectativas positivas para os próximos meses persistem, assim como as incertezas. “A indústria gaúcha deve continuar em recuperação, acompanhando a economia brasileira. Porém, dependente da retomada da demanda doméstica, o ritmo deve ser menor diante do desemprego elevado, da perda de renda, da redução do auxílio emergencial e do risco fiscal deixado pelo combate à crise. Além disso, a demanda externa, com a crise econômica mundial, também não deve ajudar”, afirma Gilberto Porcello Petry.

ANUAL
Na comparação anual, entretanto, o IDI-RS continuou com forte queda, de 4,6% ante agosto de 2019, a 11ª consecutiva, e principalmente no acumulado entre janeiro e agosto de 2020 com o mesmo período do ano passado: -9,6%. A retração nesta base é comum a todos os componentes do índice, sendo mais acentuada nas compras industriais (-15,9%). O faturamento real (-10%), as horas trabalhadas na produção (-10,8%) e a massa salarial real (-9,8%) recuaram em ritmos similares, enquanto que na UCI (-6,2 pontos percentuais) e no emprego (-2,9%), as quedas foram menos intensas.

Onze dos 16 setores pesquisados registraram recuo na atividade industrial na comparação com 2019 no acumulado até agosto, principalmente Veículos automotores (-20,1%), seguido por Couros e calçados (-25,1%), Tabaco (-15,6%) e Máquinas e equipamentos (-9,1%). Já as altas mais importantes vieram de Alimentos (3,5%), Produtos de metal (1,2%) e Bebidas (1,4%).

Publicado Terça-feira, 6 de Outubro de 2020 - 16h16