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Com a deterioração, na visão dos empresários consultados pela pesquisa, tanto das condições atuais quanto das expectativas para os próximos seis meses, o Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI-RS) caiu 8,7 pontos em março relativamente a fevereiro. Atingiu 54,1 pontos, conforme divulgado nessa terça-feira (16) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), a segunda maior queda já apurada desde 2010. Mas o índice manteve-se acima dos 50 pontos, mostrando que, apesar do recuo, ainda há confiança entre os empresários gaúchos do setor. “O resultado revela um receio, uma avaliação negativa  em relação ao impacto na economia brasileira por causa do forte avanço dos casos de Covid-19 e a consequente volta das medidas de contenção da doença. O quadro também conta com a indefinição do auxílio emergencial e o aumento intenso dos preços de insumos e matérias-primas”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, explicando que o panorama descrito pelos empresários coloca em risco a trajetória de recuperação em curso da indústria.

A queda acima dos oito pontos em março de 2021 só não foi pior do que a de abril de 2020 (-28,3 pontos), quando houve a primeira onda da pandemia no país, e supera o recuo de 6,2 ocorrido em junho de 2018 durante a crise dos caminhoneiros. Em sua terceira retração seguida, o Índice de Condições Atuais atingiu 50 pontos, menos 8,2 em relação a fevereiro. Exatamente na marca divisória, mostra estabilidade, na média, nem melhora nem piora. Os dois subcomponentes do índice recuaram fortemente no período, mas demostram resultados distintos. O Índice de Condições das Empresas caiu 6,9 pontos, de 60 para 53,1, mantendo a indicação de melhora, pois permaneceu acima de 50. Enquanto isso, o Índice de Condições Atuais da Economia Brasileira caiu ainda mais, 11,1 pontos, de 54,8 para 43,7, voltando a sinalizar piora, pela primeira vez desde agosto de 2020, quando foi 42,4 pontos. Neste indicador, o percentual de empresários gaúchos que percebiam melhora na economia brasileira caiu de 37%, em fevereiro, para 16,9%, em março. Outro indicativo a revelar perda de confiança foi na parcela que vê piora na situação: mais que dobrou, de 17,9 % para 38,8%.

EXPECTATIVAS
Para os próximos seis meses, as expectativas dos empresários gaúchos também recuaram intensamente, mas mantiveram-se no campo otimista, acima dos 50 pontos, na pesquisa realizada entre 1º e 10 de março com 184 empresas (35 pequenas, 57 médias e 92 grandes). O Índice de Expectativas recuou de 65,1 para 56,2 pontos. O de Expectativas da Economia Brasileira caiu com mais força, 11 pontos, de 61,3 para 50,3. O resultado demostra que os empresários não esperam mudança na situação econômica nos próximos seis meses. Em fevereiro, 53,3% deles mostravam confiança na economia, mas esse percentual caiu para 29% em março. Já a parcela que previa piora praticamente triplicou: de 8,2% para 25,1%. As expectativas com o futuro das próprias empresas também caíram muito, de 67,1 para 59,2 pontos.

Mais informações e os resultados completos do ICEI-RS em https://www.fiergs.org.br/numeros-da-industria/indice-de-confianca-do-empresario-industrial#.

Publicado Terça-feira, 16 de Março de 2021 - 17h17