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A pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nessa quarta-feira (28) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), mostra que indústria gaúcha voltou a acelerar o ritmo em março. Operou acima da capacidade usual, expandindo a produção e o emprego. “O resultado foi positivo para o mês, mas a falta e os altos preços das matérias-primas seguem preocupando o setor. Mesmo assim, para os próximos seis meses os empresários gaúchos mantiveram suas projeções de crescimento para a demanda e o emprego, aumentando também a disposição de investir”, diz o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.

O índice de produção ficou em 56,8 pontos em março, superando a marca de 50 que indica alta em relação ao mês anterior. O valor acima da média histórica de 52,8 dos meses de março evidencia um crescimento mais intenso que o indicado pela sazonalidade. O emprego revelou o mesmo comportamento, atingiu 54,9 pontos.

O aquecimento da atividade industrial no mês passado é confirmado também pela UCI, a utilização da capacidade instalada, que para um grau médio histórico de 70,7% no período, atingiu 76% em março. Da mesma forma, o índice de UCI em relação ao usual alcançou 52 pontos. Acima dos 50, indica que, na avaliação dos empresários gaúchos, a indústria operou acima do nível de UCI normal para o mês.

Já o nível de estoques de produtos finais voltou a ficar abaixo do planejado pelas empresas em março, mostrando produção inferior à demanda em consequência das dificuldades por insumos: atingiu 48,6 pontos.

TRIMESTRE
Pela terceira vez consecutiva, no primeiro trimestre de 2021 a falta e/ou o alto custo das matérias-primas foram o principal problema enfrentado pela indústria gaúcha, segundo 74,4% das respostas da pesquisa. Desde 2004, nunca um problema havia atingido de forma tão abrangente o setor. Bem abaixo, com 39% das indicações, a taxa de câmbio foi a segunda citada, por conta dos efeitos da alta volatilidade e desvalorização sobre os preços dos insumos.

Os empresários gaúchos continuaram avaliando positivamente a situação financeira das empresas no primeiro trimestre de 2021, mas a Sondagem mostra que a satisfação foi menor relativamente ao trimestre anterior, com uma queda de 3,4 pontos. O índice ficou em 54 pontos, o que denota satisfação, pois ficou acima de 50. Com relação à margem de lucro, o resultado de 49,7 pontos mostra uma pequena insatisfação dos empresários do RS. Por sua vez, o índice de facilidade de acesso ao crédito recuou de 47,1, no último trimestre de 2020, para 44 pontos, no primeiro de 2021, indicando que a dificuldade de acesso aumentou no período.

A pesquisa também detectou que os empresários perceberam um forte aumento nos preços dos insumos e matérias-primas no primeiro trimestre de 2021. O índice atingiu 83 pontos, o terceiro recorde seguido. Quase nove em cada dez empresas gaúchas - 89,1% - perceberam isso no primeiro trimestre de 2021. Para quase a metade delas, o aumento foi acentuado.

Já as expectativas para os próximos seis meses oscilaram sem tendência definida na passagem de março para abril. Todos os índices, porém, continuaram acima dos 50 pontos, indicando que os empresários mantiveram as projeções de crescimento. Os índices para a demanda (de 55,7 para 56,8 pontos) e para as exportações (de 52 para 56,3 pontos) aumentaram e os para o emprego (de 53,1 para 52,6 pontos) e as compras de matérias-primas (de 55,4 para 54,4) diminuíram. Com esse cenário, o índice de intenção de investimento nos próximos seis meses atingiu 58,5 pontos, alta de 1,1 ponto na comparação com março, na pesquisa realizada entre 1º e 15 de abril. Segue bem acima de sua média histórica de 49,7. No mês, 65,8% das empresas declararam ter a intenção de investir e 34,2%, não. Foram consultadas 195 empresas, sendo 37 pequenas, 66 médias e 92 grandes.

Acompanhe a pesquisa completa.

Publicado quarta-feira, 28 de Abril de 2021 - 16h16