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Para CNI, próximo governo deve priorizar política industrial focada em inovação e sustentabilidade

A pandemia da Covid-19 e a guerra na Ucrânia acentuaram as conhecidas adversidades que o setor produtivo brasileiro enfrenta há anos. Agora, é o momento de voltar a atenção para as soluções que o Brasil tanto precisa para construir um futuro mais próspero, ambientalmente equilibrado e socialmente justo. Foi o que defendeu o presidente da Confederação Nacional da (CNI), Robson Braga de Andrade, nessa quarta-feira (29), em Brasília, durante a abertura do Diálogo da Indústria com os Pré-Candidatos à Presidência da República, diante de mais de 1,2 mil empresários. Ele destacou a necessidade de uma política industrial moderna, pautada nos investimentos em inovação e tecnologia e na agenda do clima, para o país ter ganhos na produtividade e competir no mercado internacional.

Robson Andrade apresentou as propostas do setor para o próximo governo. O evento contou com representantes das 27 federações estaduais, entre elas a FIERGS, e de associações setoriais da indústria, e teve a participação dos pré-candidatos Simone Tebet, Ciro Gomes e do presidente Jair Bolsonaro. “Para dar esse salto, é preciso implementar uma estratégia nacional de longo prazo que estimule a ciência, a tecnologia e a inovação. Essa política deve ter instâncias de governança bem definidas, recursos adequados, e metas e prazos ambiciosos”, defendeu o presidente da CNI.

Cruciais para o crescimento da economia e a melhora da qualidade de vida da população, as áreas de educação e de infraestrutura também foram lembradas por Robson Andrade, que reforçou igualmente a urgência de aprovar a reforma tributária.

Simone Tebet foi a primeira a fazer sua apresentação. Ela prometeu que a reforma tributária sobre o consumo será aprovada pelo Congresso Nacional nos seis primeiros meses de governo, se for eleita. A senadora reconheceu a relevância do setor produtivo para a retomada do crescimento do Brasil e destacou a importância da consolidação de uma política de desenvolvimento industrial coordenada pelo governo federal com metas claras e alinhada às melhores práticas internacionais e à economia de baixo carbono.

Já o pré-candidato Ciro Gomes afirmou que sem uma indústria de transformação forte, que é a base da passagem do Brasil para a economia do conhecimento, não existe desenvolvimento. A premissa do seu projeto tem três passos. Primeiro, aumentar o nível de formação bruta de capital dos atuais 15% para 22%. Segundo, recriar o Ministério de Indústria e Comércio e assinar um pacto de cooperação entre governo e setor privado para hierarquizar o que precisa ser feito em tempos de escassez de dinheiro público. Por fim, ampliar o investimento em educação básica e superior e em ciência, tecnologia e inovação. Ele defendeu, ainda, o fim da reeleição.

Por fim, o presidente Jair Bolsonaro disse que seu governo criou segurança jurídica para o país avançar. Ao iniciar sua apresentação, informou que falaria sobre o que o seu governo fez desde o começo de 2019 e que não focaria em propostas. Ele enfatizou que mais de 20 mil normas sem eficácia foram revogadas desde que assumiu o cargo. Bolsonaro mencionou também que houve avanços em normas trabalhistas, na área de infraestrutura, na política econômica e na desburocratização de regras. Confirmou ainda que, caso reeleito, vai criar um ministério específico para a indústria e comércio no próximo mandato.

ENAI
O presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, lidera uma comitiva de industriais gaúchos que participa, nesta quinta-feira, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília, do Encontro Nacional da Indústria (Enai). O tema da edição de 2022 será O Desafio da Década: Construindo o Mapa Estratégico da Indústria 2023-2033. O evento ocorre das 9h às 16h30min.

Publicado quarta-feira, 29 de Junho de 2022 - 18h18