O mês de abril registou nova queda na atividade industrial gaúcha em relação a março, e as expectativas para os próximos seis meses se deterioram entre os empresários ouvidos na Sondagem Industrial, divulgada nesta segunda-feira (30) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS). O índice de produção ficou em 40,8 pontos (caindo 10 pontos na comparação com o mês anterior) e o de emprego, em 43,3 pontos (era 46,2). O ciclo de fechamento de postos de trabalho completou dois anos. “A crise no setor continua intensa e as perspectivas não são as melhores no curto prazo”, afirma o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.
Müller explica que, à exceção do ajuste dos estoques, cujo excesso vinha sendo um dos obstáculos ao desempenho da indústria gaúcha desde o início de 2013, não há indicador mostrando melhora. Em abril, o estoque em relação ao planejado, ficou em 49,9 pontos, sobre a linha divisória dos 50 pontos, o que significa ajustado ao nível previsto, pela primeira vez em 39 meses. “A redução da demanda doméstica, associada a uma deterioração do mercado de trabalho e à falta de confiança de empresários, é determinante para a persistência desse cenário de grandes dificuldades”, enfatiza.
O reduzido nível de atividade no mês é reforçado pela baixa utilização da capacidade instalada (UCI): 64%, um ponto percentual abaixo de março e 7,8 pontos percentuais da média histórica de abril. Já o índice de UCI em relação à usual comprovou a maior ociosidade do setor ao cair de 35,9 para 33 pontos.
PRÓXIMOS SEIS MESES
Com resultados tão insatisfatórios, os empresários gaúchos seguem receosos. A Sondagem mostrou piora nas expectativas para os próximos seis meses. Todos os indicadores recuaram em maio em relação a abril. A projeção aponta para quedas adicionais na demanda (47,1 pontos) e no emprego (42,7 pontos). Com isso, a intenção de investir da indústria gaúcha atingiu novamente o piso da série histórica, aos 33,6 pontos em maio, 2,9 abaixo de abril.
Da mesma forma, as perspectivas ficaram mais negativas para as compras de matérias-primas (44,8 pontos). Até para as exportações ocorreu uma forte reavaliação entre os entrevistados. O indicador recuou de 57,6 para 50,6 pontos em maio (estabilidade), após quatro meses de projeções bem mais positivas.
A Sondagem Industrial do RS é uma pesquisa mensal elaborada pela FIERGS, em conjunto com a CNI.