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Brasil mostra o potencial do setor industrial na Colômbia

Paulo Tigre representou a indústria brasileira em encontro

"As oportunidades de investimentos e parcerias no Brasil são amplas", afirmou no último sábado (19) o vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, no Seminário "Brasil-Colômbia: Novas Fronteiras de Negócios", em Bogotá. No evento, que contou com as presenças dos presidentes dos dois países, ministros e entidades empresariais, Tigre abordou o potencial da indústria brasileira, do mercado consumidor nacional e destacou os segmentos em expansão.

Após a abertura do evento pelos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Colômbia, Alvaro Uribe Vélez, Tigre enfatizou em seu discurso que "pelo tamanho do mercado brasileiro, tanto efetivo como potencial, são muito promissores os investimentos voltados ao consumo de massa, como utilidades domésticas e eletro-eletrônicos. Devido às economias de escala serem significativas, o Brasil pode servir como plataforma para o atendimento a terceiros destinos, não apenas na América Latina, mas em outros continentes".

Segundo o industrial, a população de 188 milhões de habitantes, com uma renda per capita de US$ 10 mil anuais, faz do Brasil um dos principais pólos em expansão do mundo. Entre 1997 e 2006, recebeu US$ 207 bilhões de dólares em investimento estrangeiro direto. Em 2007, totalizaram US$ 34 bilhões, provenientes de diversos países. "Merece destaque o fato de que um terço das exportações do país constituem-se de produtos com alta tecnologia ou médio conteúdo tecnológico", salientou, explicando ainda que a indústria tem peso relevante na economia brasileira: representa 30% do Produto Interno Bruto (PIB), estimado em US$ 1,9 trilhão, e 70% das

vendas externas.

Na capital colombiana, outro ponto abordado por Tigre para atrair investimentos e parcerias para inovação foi a nova economia brasileira em desenvolvimento, como a produção de etanol, de energia elétrica limpa, de celulose de fibra e de tecnologias de ponta em extração de petróleo. "A indústria do etanol é das mais promissoras. O país é o maior produtor mundial a partir da cana-de-açúcar. A eficiência da produção é seis vezes maior do que

a proveniente do milho, o que nos coloca em franca vantagem frente aos Estados Unidos".

Já o setor automotivo, de acordo com Tigre, deve investir US$ 14 bilhões nos próximos três anos e se destaca nesta década pelo desenvolvimento da tecnologia de produção de motores flex-fuel, que permite tanto o uso de gasolina como o de álcool (etanol). O Brasil também é pioneiro na tecnologia de extração de petróleo em águas profundas e a produção deve triplicar até 2015. As novas descobertas de jazidas alçaram o país à condição de oitavo maior detentor de reservas do planeta. Os investimentos em petróleo e gás são estimados em US$ 92 bilhões até 2010. "A indústria siderúrgica é outra área dinâmica e de forte competitividade internacional. A capacidade de produção de aço deve dobrar até 2012, alcançando 66 milhões de toneladas", relatou Tigre para a platéia formada por investidores e lideranças políticas colombianas.

O vice-presidente da CNI e presidente da FIERGS abordou ainda o desempenho em geração de energia elétrica limpa e as possibilidades provenientes da flora brasileira. "Enquanto a participação de fontes renováveis na matriz energética mundial é de 14%, no Brasil, esse percentual sobe para 45%". O potencial hidrelétrico do Brasil é de 260 mil MW, dos quais 170 mil MW ainda por serem aproveitados. Há US$ 44 bilhões em investimentos previstos até 2010. Outra oportunidade vem da flora nacional, em especial da amazônica, uma tendência mundial no desenvolvimento de novos produtos. "O Brasil detém 20% de toda a biodiversidade do mundo e é aproveitada pela indústria brasileira em áreas como medicina,fitoterapia, cosmética e nanotecnologia", concluiu Tigre.

Publicado segunda-feira, 21 de Julho de 2008 - 0h00