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CNI e Keidanren reforçam importância de acordo econômico entre Mercosul e Japão

Mercosul e Japão devem aprofundar as relações comerciais e o caminho para ampliar a parceria entre o país asiático e o bloco integrado pelo Brasil é a assinatura de um Acordo de Parceria Econômica. O início das negociações pelos países – que prevê livre trânsito de pessoas, bens, capital, serviços e informações – é a principal reivindicação da declaração conjunta divulgada, nesta quarta-feira, em Tóquio, pelo Conselho Empresarial Brasil-Japão, secretariado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação Empresarial do Japão (Keidanren). Foi no encerramento da 25ª Reunião Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão, acompanhada por industriais japoneses e brasileiros, entre eles o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e da FIERGS, Gilberto Porcello Petry (na foto, ao lado do presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar).

O presidente da CNI destacou a importância das discussões realizadas ao longo da plenária Brasil-Japão. “É inegável que temos desafios para dinamizar as relações comerciais entre os nossos países, mas também é preciso ressaltar que compartilhamos interesses e afinidades comuns, que nos permitirão, com criatividade, explorar oportunidades para superar a distância física e estreitar as relações nipo-brasileiras”, afirmou.

No encontro, as lideranças empresariais reforçaram que cooperarão junto aos respectivos governos para acelerar o processo do Acordo de Parceria Econômica Japão-Mercosul. Líderes empresariais discutiram desafios, entre eles a situação das cadeias de suprimentos.

Os representantes do setor privado dos dois países também apresentaram suas perspectivas sobre tendências em inovação, transformação digital e sustentabilidade - questões consideradas prioritárias, e debateram os desafios enfrentados no ambiente de negócios, como carga tributária e insegurança jurídica. Para esta edição da reunião, a comitiva japonesa foi liderada pelo presidente do Comitê Econômico Japão-Brasil, Tatsuo Yasunaga; enquanto a seção brasileira, chefiada por Robson Braga de Andrade e pelo presidente do Conselho Empresarial Brasil-Japão e CEO da Vale, Eduardo de Salles Bartolomeo. Desde 2015, os setores empresariais de ambos os países têm trabalhado em conjunto em prol do acordo de parceria econômica. Em 2018, a CNI lançou um roteiro com sugestões de pontos que deveriam ser abrangidos pelo Acordo de Parceria Econômica.  

Entre 2019 e 2020, as exportações brasileiras para o Japão diminuíram 24%, acima do observado para o total das exportações brasileiras para o mundo, que é de -6%. Também se observa uma tendência de diminuição das importações de bens japoneses de 3% entre 2001 e 2021 (de 5,4% para 2,3% do total importado). O Japão é o 18º principal parceiro comercial brasileiro, com participação de 1,6% na corrente de comércio do Brasil em 2021. Foram US$ 5,5 bilhões de exportações e US$ 5,1 bilhões de importações no ano passado.

Publicado quarta-feira, 14 de Setembro de 2022 - 15h15