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O embaixador do Chile no Brasil, Fernando Schmidt Ariztía, destacou nesta quarta-feira (13), durante o 1º Fórum Internacional de Comércio e Investimentos Brasil-Chile, realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) em sua sede, a necessidade de uma maior diversificação no comércio entre os dois países. “Está muito concentrado em poucos produtos. O Brasil compra minérios e cobre, e o Chile, produtos derivados do petróleo. Naturalmente, o Brasil tem uma enorme variedade de produtos competitivos no mundo todo que não estão presentes nesse comércio. Precisamos ter também uma visão maior para serviços, ainda pouco presentes em número nessa relação”, disse ele. O presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, reforçou a ideia. “Queremos manter o diálogo e, sobretudo, intensificar ações como rodadas de negócios, missões, e eventos como este que realizamos hoje. Também vislumbramos a ampliação do espaço para projetos de transferência tecnológica e cooperação industrial”, ressaltou.

Schmidt tranquilizou os participantes do Fórum, afirmando que apesar dos protestos de parte da população que foi às ruas nas últimas semanas, o Chile continua seguro para investimentos e oportunidades para outras nações. “As instituições seguem fortes no país, o capital humano não foi afetado e estamos agora em um esforço sobretudo, de reconstrução da confiança”, enfatizou, acrescentando que, mesmo com problemas, o país deverá crescer aproximadamente 1,8% em 2019. Gilberto Petry mantém a expectativa positiva na relação comercial entre brasileiros e chilenos. “Para a FIERGS, o Chile é uma nação parceira e queremos continuar fortalecendo o nosso intercâmbio”, observou, lembrando que a realização do Fórum foi resultado da aproximação promovida com o país vizinho pela missão empresarial gaúcha ao Chile, que contou com a presença da FIERGS, em junho deste ano.

Fórum Brasil Chile

O embaixador disse que um sólido sistema jurídico para o investimento estrangeiro direto garante a empresas do exterior uma igualdade de tratamento, sem discriminação e com os mesmos direitos oferecidos às chilenas. “Precisamos do empresário do Rio Grande do Sul”, conclamou, ao salientar que o Chile é o primeiro país da América Latina e o 34º no mundo no Índice de Desenvolvimento Logístico, usado para verificar o percentual de pedidos entregues dentro do prazo.

O Brasil concentra o maior estoque de investimentos externos chilenos no mundo, que já ultrapassou os US$ 35 bilhões. O Chile é o quinto principal destino das exportações e a 11ª principal origem das importações brasileiras. Para o Rio Grande do Sul, o Chile é o sexto principal destino das exportações e a 17ª origem das importações.

O presidente da Câmara de Comércio Rio Grande do Sul – Chile, Cláudio Teitelbaum, falou sobre rotas de integração da América do Sul com o viés do desenvolvimento do comércio com a Ásia Pacífico. Ele destacou o projeto do corredor bioceânico ligando via terrestre o Rio Grande do Sul à região de Coquimbo, no Chile.

O Fórum também contou com a presença do secretário de Governança e Gestão Estratégica do Estado, Cláudio Gastal, e com representantes dos grupos gaúchos Silvestrin e Randon, além da chilena CMPC Celulose, que deram depoimentos sobre a relação de sucesso de suas empresas em negócios envolvendo Brasil e Chile.

Fórum Brasil Chile

Crédito fotos: Dudu Leal

Publicado quarta-feira, 13 de Novembro de 2019 - 17h17