As empresas brasileiras precisam “criar a cultura” da privacidade de dados pessoais de seus clientes e funcionários, não apenas para se prevenir das punições previstas na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), mas como estratégia de gestão para se tornarem mais competitivas. Este foi o consenso entre os especialistas que participaram do 2º Seminário sobre Privacidade e Proteção de Dados – LGPD Implementação na Prática, na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), realizado nesta quinta-feira (17). “O tema exige uma atenção muito grande de todas as empresas. Como salvaguardar as informações pessoais ganha importância no controle de risco e no tratamento de informações”, afirmou Guilherme Scozziero, coordenador do Conselho de Relações do Trabalho da FIERGS (Contrab), organizador do evento.
Segundo o advogado especialista em TI e mentor de LGPD Reges Bronzatti, a lei veio para mudar hábitos, conscientizar as pessoas e organizações, e “nos levar a outro patamar”. Ele participou do painel DPO (Data Protection Officer, o profissional dedicado a garantir que empresas sigam as leis de proteção aos dados pessoais), Responsabilidades e Papéis, ao lado da coordenadora jurídica e DPO da Dana Incorporated, Bruna Zani, e do advogado especialista da Be8, Adolfo Amorim.
Bruna contou que o trabalho para implantar a LGPD na empresa levou um ano, mas que permanece. “Temos riscos internos, trabalhamos continuamente, é uma mudança de cultura”, que inclui, enfatizou, convencer as pessoas a deletarem informações que não lhe são úteis, por exemplo. Segundo ela, todos os 4 mil funcionários do grupo serão treinados e orientados sobre a LGPD, assim como todo o novo funcionário admitido. “A educação e envolvimento das pessoas é muito importante, uma jornada que vamos construindo”, observou. “Não podemos negligenciar a LGPD, as empresas precisam começar a implantá-la”, alertou Adolfo Amorim.