O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Mülller, disse nesta segunda-feira (13) ao ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que uma modernização da legislação trabalhista não significa perdas de direitos ao empregado, mas permitirá equilíbrio, segurança e transparência entre as partes envolvidas e maior competitividade das empresas. Müller recebeu Nogueira na sede da FIERGS, em Porto Alegre, e apresentou ao ministro a pesquisa inédita encomendada pela entidade junto ao Instituto Methodus, cujo resultado revela que 65% dos trabalhadores gaúchos aceitariam negociar a carga horária diária entre empregador e empregado, com o objetivo de reduzir os dias trabalhados na semana. Esta é uma das propostas previstas na reforma do governo federal para criar condições de 5 milhões de empregos novos no País.
Além disso, segundo a pesquisa, mais de 20% dos entrevistados são favoráveis à modernização das leis trabalhistas no País, e 55% aceitam alterações, dependendo das condições oferecidas. “A pesquisa da FIERGS referenda o que estamos fazendo há meses pelo Brasil. Nossa proposta foi fruto de longas conversas junto a todas as centrais sindicais e confederações patronais e, com isso, costuramos uma proposta na qual todos os envolvidos foram contemplados. Nossa proposta está pacificada”, afirmou Nogueira.
Segundo o ministro, a proposta se baseia em três eixos: segurança jurídica, consolidação de direitos e oportunidade de ocupação e renda para todos. Nogueira prevê que a modernização trabalhista seja votada pelo Congresso Nacional ainda no primeiro semestre.
A apuração, com mil entrevistas, foi realizada nas regiões Metropolitana de Porto Alegre, Serra gaúcha e Vales do Sinos, Taquari e Paranhana, entre 29 de dezembro e 10 de janeiro. Já a viabilidade de o empregado trabalhar além da jornada diária para acumular horas de folga teve a adesão de 49,5% dos participantes da pesquisa. Outros 43,7% não concordam com a medida e 6,6% a aceitam em parte. Ainda de acordo com o levantamento da FIERGS, 45,7% dos trabalhadores entendem que o desemprego seria diminuído caso os sindicatos e centrais sindicais apoiassem uma modernização das leis trabalhistas. Para 30,3%, o desemprego aumentaria caso isso ocorresse, e 24% não souberam opinar.
A amostragem foi calculada tomando-se como base um nível de confiança de 95% para uma margem de erro máxima estimada em até 3,1 pontos percentuais – para mais ou para menos – sobre os resultados obtidos no total da amostra.
O coordenador do Conselho de Relações do Trabalho e Previdência Social (Contrab) da FIERGS, Paulo Garcia, também participou do encontro, no qual foi relatada a situação das relações do trabalho no Rio Grande do Sul e no Brasil.
Foto: Dudu Leal