Apesar da enchente que atingiu o Rio Grande do Sul no primeiro semestre deste ano, paralisando fábricas e a prejudicando a produção em diferentes segmentos industriais, o Estado deve fechar 2024 com um crescimento econômico de 4,1%, acima dos 3,2% previstos para o país. A estimativa é da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), que apresentou nesta terça feira (3), em entrevista coletiva, o seu Balanço 2024 & Perspectivas 2025, projetando também um aumento de 1,3% no Produto Interno Bruto (PIB) da indústria. “Foi um ano difícil, mas estamos superando e avançando após a catástrofe provocada pela enchente no primeiro semestre. Nosso otimismo é baseado em fatos e dados, o Estado vai crescer acima da média do Brasil em 2025, com a boa safra e investimentos que virão”, diz o presidente da FIERGS, Claudio Bier.
Para 2025, a expectativa da FIERGS para a economia gaúcha é de uma elevação robusta, com previsão de alta de 3,3% (ante 2,1% da média nacional), e aumento de 3,2% na produção industrial, sustentada em parte pela baixa base de comparação do ano anterior, mas também amparada pela retomada após a enchente e à boa safra colhida.
As perspectivas mais positivas para a indústria gaúcha já vêm sendo detectadas nos últimos meses em pesquisas realizadas pela FIERGS. O Índice de Confiança do Empresário Industrial, por exemplo, cresceu mais de dois pontos na passagem de outubro para novembro: de 51,1 para 53,4. Com a confiança dos empresários em alta, cerca de dois terços deles se mostram dispostos a investir nos próximos seis meses no Estado. Isso se dá, porém, quase que exclusivamente pelo maior otimismo que percebem para a situação das suas empresas, e muito menos pela expectativa com relação à economia nacional. “A recuperação do setor industrial ocorreu de uma forma bastante positiva nos meses seguintes ao da enchente de maio. Tivemos diversos segmentos, como de móveis, material de construção e eletrodomésticos, bastante demandados, tudo isso movimentou a nossa indústria”, afirma o economista-chefe da FIERGS, Giovani Baggio.
Segundo levantamento elaborado pela Unidade de Estudo Econômicos (UEE) da FIERGS e apresentado na coletiva, a resiliência demonstrada pelo Rio Grande do Sul se deve, principalmente, pela recuperação agrícola, impulsionada por uma safra de verão sólida e perspectivas positivas para o trigo na safra de inverno. O PIB estadual cresceu 5,4% no primeiro semestre, com destaque para a Agropecuária (37,6%), Serviços (2,7%) e um pequeno avanço na Indústria (0,2%).