Você está aqui

A Sondagem Industrial do RS, divulgada nessa quinta-feira (28) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), mostra que o setor encerrou 2020 com atividade aquecida no RS, geração de emprego e baixos níveis de ociosidade e de estoques. Além disso, as 197 empresas consultadas na pesquisa, realizada entre 4 e 15 de janeiro, revelam satisfação com as margens de lucro e a situação financeira, estão otimistas e dispostas a investir no semestre. “Foi um mês de recuperação, apesar das dificuldades com relação à escassez de matérias-primas, que continua como o grande entrave para a produção”, diz o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.

O índice da produção foi de 47,2 pontos em dezembro. Abaixo de 50, mostrou queda na comparação com o mês anterior, interrompendo seis meses seguidos de crescimento. Entretanto, ficou quase 10 pontos acima da média do mês, o que indica uma queda bem menos intensa do que a sugerida pela sazonalidade. O mesmo se deu com o emprego, que registrou a primeira alta em dezembro desde o início da Sondagem, em 2011: 51,6 pontos.

Mesmo com a queda de três pontos percentuais em dezembro frente a novembro, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) alcançou o grau médio de ocupação de 73%, o maior já apurado para o último mês do ano. A UCI foi superior à normal, o que foi confirmado pelo índice em relação ao usual ter fechado acima de 50 pontos, em 51,2.

Os níveis de estoques de produtos finais continuaram caindo e abaixo do desejado pelas empresas em dezembro, conforme revelam os valores inferiores aos 50 pontos do índice de evolução de estoques (44,6) e o de estoques em relação ao planejado (45).

DIFICULDADES
Entre as dificuldades enfrentadas, a falta ou os preços dos insumos e matérias-primas foi o maior entrave registrado pela indústria gaúcha no último trimestre de 2020. Mais do que isso, não há registro de um problema tão intenso e disseminado: atingiu 73,1% das empresas, 9,6 pontos percentuais acima do trimestre anterior, quando também foi o principal obstáculo. A elevada carga tributária (44,7% das respostas) foi segundo e a taxa de câmbio (38,6% das respostas), o terceiro maior problema.

A Sondagem Industrial trouxe ainda resultados inesperados e bastante positivos para a situação financeira das empresas. Pela primeira vez desde 2007, a indústria gaúcha se mostra satisfeita com sua margem de lucro: o índice registrou 52,9 pontos no quarto trimestre, o recorde anterior era 49,3. A satisfação com a situação financeira da empresa também não tem precedentes: o índice atingiu 57,4 pontos, 1,8 acima do recorde anterior, obtido ainda no terceiro trimestre de 2010. Mas a situação financeira das empresas poderia ser melhor não fosse o intenso aumento dos preços das matérias-primas, cujo índice atingiu o maior valor da série: 81,7 pontos. Os empresários gaúchos não esperam grandes mudanças nesse quadro nos próximos seis meses, mantendo as projeções de crescimento para a demanda e para o emprego e sinalizando também um cenário favorável para os investimentos. O índice de intenção de investir atingiu 60,2 pontos na pesquisa realizada em janeiro, bem acima da média histórica de 49,4.

Acompanhe a pesquisa completa.

Publicado quinta-feira, 28 de Janeiro de 2021 - 16h16