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Indústrias gaúchas debatem melhorias na política industrial e no Plano Brasil Maior

A política industrial brasileira e o Plano Brasil Maior foram debatidos, nesta terça-feira (24), por FIERGS, empresários e governo federal e estadual. "Realçamos que o Plano tem pontos altamente positivos. Em primeiro lugar, pela consciência do governo de que são necessárias medidas pontuais em apoio aos segmentos de maior risco. E em segundo, pela disposição das autoridades de dialogar e receber propostas de ajustes, correções, e até de ampliação do que foi originalmente concebido. O que se espera, no entanto, é que seja resolvido o descompasso entre a velocidade da implementação das medidas e o sentido de urgência da indústria", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, na abertura do Seminário Brasil Maior − O Impacto das Medidas na Indústria Gaúcha, que ocorreu na sede da entidade.

Para os industriais, diminuir o tempo de implantação das medidas do Plano Brasil Maior, torná-las permanentes e estender os benefícios a mais setores produtivos são as principais mudanças necessárias para garantir a competitividade do setor industrial. "Os estudos e avaliações podem e devem ser feitos antes das decisões e seus regulamentos práticos, mas sem deixar de levar em conta que não se pode perder empresas no curto prazo", alertou Müller.

O secretário de Inovação do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Nelson Fujimoto, destacou o esforço do governo em criar um ambiente adequado para o avanço das indústrias por meio da inovação tecnológica e há US$ 8 bilhões para financiar essas ações nas empresas. O secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul, Odir Alberto Pinheiro Tonollier, reforçou que parte da concorrência externa "não é leal". Tonollier disse ainda que as condições de igualdade devem ser perseguidas e defendeu a atuação do Estado em complementariedade às medidas em nível federal.

A preocupação com o esgotamento do ciclo de expansão da economia pelo consumo e a falta de um encaminhamento efetivo de soluções estruturais e conjunturais amplas receberam a atenção do gerente-executivo de Política Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Pedro Alem Filho, no evento. Conforme Alem Filho, "os tempos são difíceis e o acirramento da crise internacional gera ainda mais pressão sobre o mercado brasileiro. Investimentos em educação, inovação e infraestrutura, além da desoneração tributária, por exemplo, são fundamentais".

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dyogo Henrique de Oliveira, falou sobre as ações do Plano Brasil Maior nas áreas de crédito, tributação, inovação e qualidade e inserção internacional. Já o diretor da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Clayton Campanhola, apresentou as medidas de estímulo ao investimento, à inovação e ao comércio exterior, além da defesa da Indústria e do mercado interno, tais como desoneração da folha de pagamento, ampliação das compras governamentais e harmonização de políticas de financiamento.

Publicado Terça-feira, 24 de Julho de 2012 - 0h00