A atividade industrial gaúcha cresceu, em fevereiro, pelo segundo mês consecutivo, o que mostra sinais de retomada no início de 2020. O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado nesta segunda-feira (6) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) subiu 1% na comparação com janeiro (alta de 3,3%), na série com ajuste sazonal. Os indicadores industriais revelam que o setor ingressava em um processo de recuperação, após uma sequência de quedas no último trimestre de 2019. "Os resultados nos dois primeiros meses animam, sugerindo reação no setor. Mas, diante do novo cenário, de pandemia mundial e de paradas forçadas, a expectativa é de reversão desse movimento e a volta a um novo ciclo de declínio, mesmo com as medidas de ajuda anunciadas pelo governo federal", afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
O IDI-RS no mês foi puxado pelas altas das compras industriais (1,9%), do faturamento real (0,5%) e do emprego (0,9%), que registrou o maior avanço desde março de 2010. Por outro lado, as horas trabalhadas na produção (-1,4%), a utilização da capacidade instalada-UCI (-0,7 ponto percentual), que atingiu 81,9% em fevereiro, e a massa salarial real (-1,4%) caíram ante janeiro.
Na comparação anual, a atividade industrial iniciou 2020 em queda. Em relação ao mesmo mês do ano passado , o IDI-RS registrou em fevereiro a quinta retração consecutiva, a oitava em nove meses: -2%. Vale destacar, ainda, que fevereiro de 2020 teve dois dias úteis a menos que fevereiro de 2019. Com isso, o IDI-RS encerrou o primeiro bimestre de 2020 em queda de 1,7% na comparação com o igual período de 2019.
Entre os indicadores que mostraram quedas na comparação com o primeiro bimestre de 2019 estão o faturamento real (-4,4%), as compras industriais (-3,5%) e a massa salarial real (-3,5%). Já as horas trabalhadas na produção (-0,1%), a Utilização da Capacidade Instalada-UCI (-0,1 ponto percentual) e o emprego (+0,2%) registraram resultados muito próximos da estabilidade.
Nessa mesma base de comparação, os resultados por setor também foram negativos em dez de 17 pesquisados. Os mais importantes ocorreram em Máquinas e equipamentos (-9,9%), Tabaco (-24,5%), Químicos e refino de petróleo (-2,4%) e Veículos automotores (-1,3%). Couros e calçados (8,6%), Produtos de metal (6,4%), Alimentos (2,4%) e Borracha e plásticos (3,4%) forneceram os maiores impactos positivos.
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