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O guri da Olimpíada

Como se o sobrenome condicionasse a personalidade, Kyevi Farias Gentil é daqueles meninos em que o sorriso surge fácil. E foi assim, sorrindo, que ele reagiu ao saber que é o caçula entre os 201 participantes da etapa gaúcha da final da Olimpíada Nacional do Conhecimento, com apenas 16 anos.

A pele bronzeada e o sotaque carregado logo denunciam a origem nordestina do aluno do curso de mecânica de manutenção de máquinas, do Senai de Campina Grande, no interior da Paraíba. Segundo ele, a idade não intimida perante os adversários da ocupação de mecânica geral. Ao contrário, motiva. "Acho que eles pensam que eu sou bem mais novo e por isto têm obrigação de me vencer", comenta.

Filho de um engenheiro e uma professora, Kyevi quer seguir os passos do pai. Para isto, já estreou no mercado de trabalho, estagiando em uma indústria de calçados local, e sabe que a competição pode ser um divisor de águas na carreira recém iniciada. "Eu vim para mostrar o meu trabalho e tudo que aprendi lá na Paraíba. Trabalhei muito pesado para isto", explica concentrado.

Mas a seriedade logo desaparece quando relembra da família, e das orientações da mãe antes do embarque para a primeira viagem de avião. "Ela disse: por favor, tome cuidado meu filho. Você não tá com medo não?", disse, mais uma vez, sorrindo e fazendo jus ao sobrenome.

Publicado quinta-feira, 24 de Julho de 2008 - 0h00