O ano de 2023 começa com desaquecimento na indústria gaúcha e queda na produção e no emprego do setor, segundo a Sondagem Industrial divulgada nessa quinta-feira (23) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). De acordo com a pesquisa da entidade, os resultados vieram abaixo do comportamento histórico para o primeiro mês do ano, e as expectativas dos empresários não indicam mudança no cenário.
O índice de produção registrou 43,7 pontos em janeiro. Inferior a 50, revela queda em relação a dezembro, um desempenho abaixo da estabilidade sugerida pela média histórica de 49,8 pontos verificada nos meses de janeiro. A produção da indústria gaúcha não cresce há cinco meses, afetando o emprego, que registrou a quarta contração consecutiva, atingindo 47,8 pontos. Os dois índices variam de zero a cem. Resultados acima de 50 pontos indicam crescimento e abaixo, queda.
Na mesma base de comparação, a utilização da capacidade instalada (UCI) atingiu 67% em janeiro, 1,5 ponto percentual a menos do que o padrão histórico do primeiro mês do ano. Já o índice de UCI em relação ao nível usual atingiu o menor valor desde junho de 2020: 39,4 pontos. É a maior distância observada nos últimos 31 meses entre a UCI e o nível considerado normal pelos empresários, em claro sinal de desaquecimento da atividade.
Os estoques de produtos finais começaram o ano em queda na comparação com dezembro: o índice de evolução chegou a 47,9 pontos. Mas em relação ao planejado, continuaram acima do esperado pela indústria gaúcha (51,4 pontos), que registra acúmulo de estoques indesejados desde setembro de 2021. No caso dos estoques, valores acima de 50 pontos revelam que estão além do planejado pelas empresas e que a produção não vem sendo comercializada em sua totalidade.
SEMESTRE
Para os próximos seis meses, as perspectivas dos empresários consultados na pesquisa realizada entre 1º e 9 de fevereiro continuam pouco otimistas e sem grandes alterações em relação a janeiro. As expectativas de demanda (50,9), quantidade exportada (52) e compras de matérias-primas (50,5 pontos) permaneceram positivas, mas muito próximas dos 50 pontos. Já o índice de emprego subiu de 48,1 para 50,4, voltando a indicar crescimento, ainda que modesto, após três meses de projeções negativas.
A Sondagem Industrial consultou 194 empresas, sendo 46 pequenas, 64 médias e 84 grandes.