A produção, pelo terceiro mês seguido, e o emprego, em sua 25ª elevação consecutiva, estão em alta na indústria gaúcha, aponta a Sondagem Industrial, elaborada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) e divulgada nessa quarta-feira (24). A pesquisa registra também uma menor ociosidade das indústrias em julho, mas acúmulo de estoques, o que vem ocorrendo desde outubro de 2021. Os empresários projetam, para os próximos seis meses, aumento da demanda e do emprego, além de maior disposição para investir.
O índice de produção industrial ficou em 51,9 pontos em julho. O indicador varia de zero a cem, sendo que valores acima de 50 representam aumento ante o mês anterior. Essa elevação mantém a produção praticamente no mesmo ritmo de maio e junho e do previsto pela sazonalidade. Com 51,4 pontos, o índice de emprego continua a se expandir contrariando, mais uma vez, a sazonalidade negativa, de 48 pontos do período.
Apesar da queda de um ponto percentual em relação a junho, a indústria gaúcha segue a operar com um nível de utilização de capacidade (UCI) de 72%, acima da média histórica para o mês de julho, de 69,5%. Porém, os empresários consultados na Sondagem consideram a UCI abaixo do normal para a capacidade utilizada no mês. O índice de UCI em relação ao usual registrou 47,7 pontos, 0,4 maior que o obtido em junho, mas abaixo da marca que indica no patamar usual de 50 pontos.
A pesquisa da FIERGS mostrou também que as empresas ainda encontram dificuldades para ajustar os estoques de produtos finais ao nível programado. De fato, o índice em relação ao planejado atingiu 51,6 pontos em julho, praticamente o mesmo do mês anterior. Nesse caso, valores acima de 50 representam excesso.
EXPECTATIVAS
As expectativas dos empresários para os próximos seis meses seguem positivas, acima de 50 pontos. O setor prevê expansão para a demanda, cujo índice subiu 2,3 pontos, para 60,3, na pesquisa realizada entre 1º e 9 de agosto com a participação de 202 empresas gaúchas, sendo 45 pequenas, 68 médias e 89 grandes.
Com a maior demanda prevista, os empresários projetam aumentar as compras de matérias-primas (56,7 pontos em agosto, mais 0,3 ante julho) e o emprego (53,9, também mais 0,3 na comparação com o mês anterior). Já o índice de expectativa para as exportações caiu de 54,3 para 53,7 pontos, mas continua no campo otimista, acima de 50.
Por fim, o índice de intenção de investir subiu 3,2 pontos e atingiu 59,4, ficando bem acima da média histórica de 51, o que denota uma intenção elevada. O índice varia de zero a cem e quanto maior, a propensão de investir das empresas é mais forte. Em agosto, o percentual de empresas dispostas a isso nos próximos seis meses aumentou para 65,8%. No mês passado, foi de 59,4%.