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Pesquisa de Investimentos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), divulgada nesta segunda-feira (16), revela que 64,4% das empresas gaúchas investiram em 2019, 1,4 ponto percentual acima de 2018, mas ainda o terceiro pior resultado desde o início do levantamento, em 2010.  Para 2020, 78,2% pretendem investir, especialmente na aquisição de novas máquinas e equipamentos, além da manutenção e da atualização daqueles em uso, com o objetivo de melhorar o processo produtivo. “Os resultados, tanto de 2019 quanto da perspectiva para 2020, acompanham o desempenho da economia no País. Contando com a expectativa de crescimento da economia, espera-se um quadro mais favorável para os investimentos industriais gaúchos no próximo ano”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.

Em 2019, 53,3% das empresas conseguiram cumprir a meta e realizar os investimentos – principalmente em aquisição de máquinas e equipamentos – conforme o planejado no início do ano, o maior patamar desde 2013, e 14,1 pontos percentuais acima de 2018. Segundo os empresários consultados na pesquisa, a reavaliação da demanda doméstica (para 56,8% das empresas) e o aumento inesperado do custo previsto (citado por 34,1%)  foram os dois maiores motivos para a realização parcial ou o adiamento dos investimentos planejados, mas a grande dependência por recursos próprios também comprometeu.

Apesar da queda da taxa de juros, o sistema financeiro nacional pouco contribuiu para a realização dos investimentos das empresas e grande parte do valor foi, novamente, financiada com recursos próprios: 75,7%, em média, do total. “As dificuldades enfrentadas pelo setor industrial continuam limitando investimentos. O acesso ao crédito, embora tenha melhorado, permanece difícil, enquanto a ociosidade e a incerteza diminuíram, mas se  mantêm elevadas”, explica Petry, ressaltando, ainda, a piora no mercado externo como outro obstáculo apontado pelos empresários gaúchos.

PERSPECTIVAS
Quase oito de dez empresas pretendem investir em 2020 o que, se confirmado, deve ser o maior nível desde 2013 (80,8%), 13,8 pontos percentuais acima do efetivado em 2019. Nos dois últimos anos, o resultado concreto do período corrente foi bem inferior ao projetado pelas empresas no ano anterior (-9,2, em 2018, e -7,4 pontos percentuais, em 2019), em grande parte, devido à incerteza que dominou o cenário político-econômico no período.

De acordo com os empresários que responderam a pesquisa, o investimento em maior competitividade deve continuar sendo a principal razão para a indústria gaúcha no próximo ano. Como em 2019, 43,2% das empresas deverão manter o foco de seus investimentos na melhoria do processo produtivo atual. A manutenção da capacidade produtiva recebe 17,6% das respostas, bem superior aos 11,5% de 2019.

A introdução de novos produtos, com 16,2% das respostas, é o terceiro maior propósito dos investimentos para 2020, mantendo-se em patamares de importância similares ao de 2019.

A Pesquisa foi realizada de 1º a 12 de novembro, com 203 empresas no Rio Grande do Sul, sendo 47 pequenas, 69 médias e 87 grandes.

Algumas conclusões da pesquisa:

INVESTIMENTOS 2019

  • Investimentos voltaram a crescer, mas o nível ainda foi baixo
  • Menor frustração com os investimentos planejados desde 2013
  • Mercado doméstico restringiu os investimentos
  • Grande dependência de recursos próprios também comprometeu
  • Aquisição de máquinas e equipamentos foi novamente o principal tipo de investimento

PREVISÃO PARA 2020

  • Investimentos devem ganhar intensidade
  • Máquinas e equipamentos deverão ser mais uma vez o principal direcionamento
  • Melhora do processo produtivo deverá permanecer como maior objetivo
  • Orientação continuará sendo o mercado doméstico
Publicado segunda-feira, 16 de Dezembro de 2019 - 16h16