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A atividade da indústria gaúcha em julho, na comparação com junho, cresceu 3,2%, a terceira elevação consecutiva, aponta o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado nessa terça-feira (8) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). “A pesquisa revela que a indústria gaúcha manteve, no início do segundo semestre, a tendência positiva em meio ao processo de flexibilização do isolamento e à recuperação gradual da economia do país. No entanto, mesmo intenso, o avanço ocorre em cima de base de comparação muito fraca, mantendo a atividade industrial em um nível baixo no mês”, alerta o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, lembrando o fato de em março e abril o IDI-RS ter registrado duas fortes quedas (10,5% e 14,3%, respectivamente), atingido o menor patamar da história, em razão das medidas rígidas na contenção da pandemia. Nos últimos três meses, o IDI-RS avançou 18,5%, mas ainda necessita crescer 10% para compensar as perdas de março e abril.

Segundo o presidente da FIERGS, embora a incerteza com a economia seja grande por conta da pandemia, do destino dos programas governamentais como o auxilio emergencial, das medidas de proteção ao emprego, e também em razão das questões fiscais envolvendo o governo, a tendência de recuperação pode continuar nos próximos meses.

Em julho, as principais influências positivas vieram do faturamento real (+7,3%) das compras industriais (+8,3%) e das horas trabalhadas na produção (+3,7%). Entre os componentes, o faturamento registra a recuperação mais rápida: está apenas 2,8% abaixo de fevereiro. O emprego (+1%) aumentou pelo segundo mês consecutivo, enquanto a Utilização da Capacidade Instalada-UCI (-0,1 ponto percentual), com grau médio de 74,9%, e a massa salarial real (-0,2%), ficaram muito próximas da estabilidade.

Porém, se comparado com o mesmo mês de 2019, o IDI-RS de julho recuou 7,8%, o 10º negativo consecutivo. A situação é a mesma na relação do acumulado do ano. De janeiro a julho de 2020, o índice caiu 10,3% relativamente ao mesmo período de 2019, puxado pelas compras industriais, queda de 18%, pelo faturamento real (-11,1%) e pelas horas trabalhadas na produção (-11,6%). A UCI reduziu 6,3 pontos percentuais, com grau médio no ano de 75,6%. O cenário recessivo provoca um grande impacto no mercado de trabalho, com retração de 3,1% no emprego e de 9,6% na massa salarial real, também sofrendo os efeitos das suspensões de contrato e reduções de jornada.

SETORES
As perdas na indústria gaúcha foram disseminadas nos sete primeiros meses do ano e 14 dos 17 setores que compõem a pesquisa reduziram a atividade na comparação com igual período de 2019, principalmente Veículos automotores, reboques e carrocerias (-20,9%), Couros e calçados (-23,9%) e Máquinas e equipamentos (-10,7%). Na outra ponta, o setor de Alimentos cresceu 3,5%.

Publicado Terça-feira, 8 de Setembro de 2020 - 15h15