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Rio Grande do Sul se mobiliza por terminal de gás liquefeito

Investimento pode chegar a US$ 450 milhões

Uma reunião na sede da FIERGS, nesta segunda-feira (dia 16), com industriais e parlamentares da Bancada Federal gaúcha, deflagrou o início da mobilização para a instalação no Rio Grande do Sul de uma planta de regaseificação de Gás Natural Liquefeito da Petrobras. "É uma questão de extrema importância para o desenvolvimento industrial do Estado. Uma matriz energética diversificada é fundamental para atrair novos investimentos e para garantir o suprimento de gás ao parque fabril existente" argumentou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, na abertura do encontro.

Entre os principais argumentos favoráveis ao Rio Grande do Sul está a possibilidade da planta de regaseificação atender a demanda total do Estado e de Santa Catarina, caso seja instalada em solo gaúcho. "Poderemos suprir a nossa necessidade e oferecer o excedente a Santa Catarina, que teria o fornecimento completado pelo gás boliviano", explicou o presidente da Sulgás, Artur Lorentz, que também esteve na reunião.

Os parlamentares ouviram os argumentos técnicos que fortalecem o Rio Grande do Sul para a disputa e se comprometeram com a causa. "Vamos nos reunir com representantes da estatal, conversaremos com a ministra Dilma Rousseff em busca deste investimento fundamental para o desenvolvimento do Estado", comentou o líder do governo, Henrique Fontana. Já o coordenador da bancada gaúcha, Luiz Carlos Heinze, disse que é preciso fortalecer a proposta gaúcha. "Nós entraremos em contato com os líderes de bancada das regiões Sul, Sudeste e até do Centro-Oeste para que entendam o empreendimento", defendeu. O senador Sérgio Zambiasi salientou que a planta de GNL é importante para consolidar a economia da Metade Sul.

Atualmente, todo o gás consumido na região sul do Brasil vem da Bolívia, através de um gasoduto. Por ser a última etapa na distribuição, o Rio Grande do Sul recebe menos volume do combustível e corre o risco de ver a demanda atingir o limite da oferta dentro de 3 anos.

A plataforma de regaseificação é um tipo de estrutura criada para viabilizar a utilização do gás natural por consumidores que estão longe de onde o combustível é extraído. No processo, ao ser captado, o gás natural sofre um processo de liquefação, sendo transportado em navios até os terminais onde será novamente gaseificado, para então ser disponibilizado ao mercado. É só assim que países como o Japão e a Ásia podem ter acesso ao combustível.

Publicado segunda-feira, 16 de Junho de 2008 - 0h00