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Preparar sindicatos, empresas, organizações e profissionais para processos negociais e convenções coletivas de trabalho foi o objetivo do Seminário Negociações Coletivas 2025, realizado nesta quinta-feira (13), na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS). “A negociação coletiva permite decisões diretas, feitas por quem conhece os desafios de cada setor. Este seminário reforça a importância do diálogo e da cooperação”, destacou o presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier, reforçando que os Sindicatos Industriais são essenciais nesse processo.

O seminário foi promovido pela FIERGS, por meio do Conselho de Relações do Trabalho (Contrab) e da Unidade de Desenvolvimento Sindical (Unisind). Reuniu advogados especialistas em Direito Trabalhista, líderes industriais e representantes de sindicatos. O coordenador do Contrab, Guilherme Scozziero, afirmou que a negociação coletiva, fortalecida pela modernização trabalhista, que consolidou a prevalência do negociado sobre o legislado, segue como principal instrumento para flexibilização das relações de trabalho. “Esse processo permite que as empresas e trabalhadores, por meio dos sindicatos, construam regras adaptadas as suas realidades produtivas, seja em nível setorial, regional, local, ou até mesmo dentro de cada empresa”, disse ele na abertura do evento. Scozziero também apresentou a palestra Contribuição Assistencial e Direito de Oposição: Impactos e Perspectivas, ao lado do advogado Luciano Benetti.

A advogada Gisele Garcez abordou Aspectos Práticos do Processo de Negociação Coletiva de Trabalho. “Temos que levar em consideração as características específicas de cada mesa de negociação”, disse ela, ressaltando que a negociação não deve apenas levar em conta a situação atual, mas também procurar antever o futuro. Ela participou da palestra – ao lado do advogado Gustavo Juchem – que teve mediação da presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas de Empresas no Rio Grande do Sul (Satergs), Márcia Helena Somensi.

Já os advogados Eduardo Raupp e Thiago Guedes discutiram A Convivência entre a Convenção Coletiva de Trabalho e o Acordo Coletivo de Trabalho, mediados pela advogada Ana Quevedo. Raupp abriu a palestra analisando a prevalência da especificidade do acordo coletivo de trabalho após a reforma trabalhista. Para ele, o novo cenário impõe desafios. “A comunicação aberta entre sindicatos e empresas é fundamental. É preciso compreender e debater as possibilidades”, afirmou. Thiago Guedes destacou o papel orientador do sindicato patronal nos acordos coletivos, que deve assumir um papel protagonista nessa complexa dinâmica de negociação, inclusive para preservar e valorizar a negociação via convenção coletiva de trabalho.

Outras palestras apresentadas foram O Processo Negocial como Meio Eficiente de Resolução de Conflitos, com o advogado, economista e professor Manoel Gustavo Neubarth Trindade, mediada pelo advogado Diego Martigoni; e Projeções Econômicas em 2025, com o economista da Unidade de Estudos Econômicos da FIERGS, Marcelo Ayub, e mediação da advogada Renata Kerkhoff.

Publicado quinta-feira, 13 de Março de 2025 - 18h18