Alunas de Pelotas desenvolveram um filme plástico do caroço de abacate
Crédito foto: Dudu Leal
A conservação de produtos também foi o ponto de partida para Elizandro Dornelles e Taís Naissinger, do nono ano do Ensino Fundamental da EJA do Polo Panambi. No caso deles, o objetivo é aumentar o cuidado com grãos estocados em silos de armazenagem. Uma placa mede temperatura e umidade do produto, acionando automaticamente os exaustores sempre que preciso.
A tecnologia, de forma geral, e a robótica, em específico, estão bastante presentes no cotidiano dos alunos do Sesi. As oficinas incluem experiência com realidade virtual, dispositivos de interação e competições de robôs.
Um grupo de oito alunos entre 9 e 11 anos criou uma garra automática para auxiliar e dar mais autonomia a idosos e pessoas com deficiência ou qualquer limitação nos movimentos. Eles frequentam o Contraturno na Escola do Sesi-RS de Farroupilha. O projeto começou em julho e já conta com dois protótipos: um fixo e outro que se desloca. “Uma das placas foi mais fácil de programar porque já era utilizada, mas a segunda chegou há apenas 15 dias e é totalmente nova para eles”, conta a orientadora, Jéssica Vieira.
PALESTRAS
Enquanto os alunos apresentam suas soluções, os rumos da educação continuam em debate no ciclo de palestras. Um dos convidados foi Lucas Lima, engenheiro, professor e morador do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Essa combinação e seu olhar atento à sociedade o levaram a trabalhar com tecnologia voltada ao impacto social.
“Nosso trabalho se baseia na inovação da educação, onde o aluno é o meio. A gente aprende com ele na perspectiva de sua vivência na comunidade e, a partir daí, pensa na tecnologia como ferramenta para o desenvolvimento e o impacto local”, explica Lucas.
Ainda no primeiro dia, o Sesi Com@Ciência contou com a palestra do escritor português Mia Couto. Diretamente da França, onde lançava sua obra mais recente, ele refletiu sobre como a espécie humana olha e, às vezes, deixa de olhar para a própria história. Tendo como base as grandes navegações, que dão tema ao evento deste ano, Couto lembrou, entre outras coisas, da influência que teve de um professor para gostar tanto de literatura, mesmo sendo filho de poeta. “A educação poderia multiplicar o que a ciência diz hoje, mostrar que a natureza não está abaixo de nós. Se explicarmos às crianças que somos feitos de matéria dos outros, de coisa suja, que só uma parte de nós é humana, dificilmente elas se tornarão elitistas, racistas”, defendeu Couto, que também é biólogo.
Nos dias 5 e 6 de outubro, a mostra Sesi Com@Ciência contou com a audiência superior a 17 mil pessoas, que acompanharam 16 palestras e conferiram mais de 170 projetos desenvolvidos pelos alunos das Escolas do Sesi-RS.
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