A Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul mostrou redução na produção em fevereiro, aumento do emprego, acúmulo de estoques e expectativas positivas para investimentos. A pesquisa, elaborada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), foi divulgada nesta segunda-feira (28). O índice de evolução da produção ficou em 48,5 pontos no mês, abaixo dos 50 que indica contração ante o mês anterior. Foi a terceira queda seguida na produção e a pior pontuação para fevereiro desde 2016, o que significa o pior desempenho, provocado, em parte, pela terceira onda de Covid-19. Apesar disso, o setor gerou postos de trabalho no segundo mês do ano – o indicador de evolução do emprego atingiu 52,2 pontos –, alcançando inéditos vinte meses seguidos de alta. “Mesmo com a boa notícia da redução do IPI, o cenário ainda é muito instável para quem produz”, explica o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, citando a guerra na Ucrânia, as ondas de Covid-19 e a falta de matéria-prima.
A indústria utilizou 72,0% da capacidade instalada (UCI) no segundo mês do ano, acima do observado em janeiro (70,0%) e da média histórica do mês (69,7%). Os empresários gaúchos, contudo, consideraram a utilização abaixo do usual para o mês: o indicador de utilização de capacidade usual atingiu 46,4 pontos, abaixo dos 50 pontos. A sondagem mostrou ainda que os estoques de produtos finais do setor cresceram em fevereiro e permaneceram, como nos quatro meses anteriores, em níveis excessivos. O índice que mede os estoques em relação ao planejado pelas empresas foi de 51,5 pontos (acima de 50).
FUTURO E INVESTIMENTOS
Quanto aos próximos seis meses, as expectativas dos empresários seguiram positivas em março, sinalizando maior demanda e mais emprego na indústria gaúcha. De fato, todos os indicadores ficaram acima da linha divisória dos 50 pontos, o que indica perspectiva de aumento: demanda (57,4 pontos), compras de matérias-primas (56,9 pontos), emprego (53,8 pontos) e exportações (56,1 pontos).
A indústria gaúcha encerrou o primeiro trimestre bastante propensa a realizar investimentos nos próximos seis meses. O índice de intenção de investir passou de 59,9 em fevereiro para 61,7 pontos em março, atingindo o segundo maior valor da série, abaixo apenas de novembro de 2013 (62,2 pontos) e 11,0 pontos acima da média histórica. Neste índice, quanto maior o valor (de zero a 100) maior a intenção. Em março, sete em cada dez empresas mostravam disposição para investir.