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Brasil precisa investir R$ 600 bilhões para suprir déficit logístico

Nos próximos cinco anos, o Brasil precisa destinar R$ 600 bilhões para cobrir o déficit de investimentos em infraestrutura logística, segundo levantamento do Movimento Brasil Competitivo (MBC), em parceria com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), do governo federal. No entanto, os valores previstos no orçamento para a área são de R$ 300 bilhões. Debater questões como essa foi o objetivo do Fórum de Infraestrutura e Logística: Agenda urgente para recuperação da competitividade, realizado pela Câmara Brasil-Alemanha de Porto Alegre, no hotel Deville, nesta quarta-feira.

O presidente da FIERGS, Heitor José Müller, destacou que enquanto o custo logístico no Brasil representa até 18% do PIB − caso do Rio Grande do Sul − a média dos países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 9%. "Esse índice reduz a nossa competitividade além dos portões das fábricas", opinou. Ele também retomou números do estudo Sul Competitivo, desenvolvido pelas Federações de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria, que aponta os principais gargalos da região. O levantamento inclui um total de 177 projetos entre rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, que demandam investimentos de R$ 70 bilhões. "Em Londres o metrô completa 150 anos de funcionamento e, por aqui, ainda estamos em fase de planejamento", citou o industrial. Müller reforçou a importância de transformar esses projetos em planos de longo prazo e não de apenas um governo.

Já o coordenador do Conselho de Infraestrutura (Coinfra) da FIERGS, Ricardo Portella Nunes, comparou a situação gaúcha com a paranaense. No Paraná, há 22 mil quilômetros de estradas pavimentadas, enquanto no Rio Grande do Sul, apenas 12 mil. Em relação às duplicações, por lá são 1.200 quilômetros, quase o triplo dos 440 quilômetros no Estado. O diretor da EPL, Hederverton Andrade Santos, informa que a frota nacional de caminhões está ultrapassada, com uma média de 18 anos de rodagem, e circula com excesso de peso, o que danifica ainda mais as rodovias − principal modal utilizado para o transporte de carga em todo o País. "Já a malha ferroviária foi construída há 100 anos e não foi modernizada", afirmou Santos.

Conforme informações do secretário-adjunto de Infraestrutura e Logística (Seinfra) do RS, Claudemir Bragagnolo, o governo gaúcho trabalha de forma permanente na elaboração do Plano Estadual de Logística e Transporte, que incluirá as principais conclusões do Fórum.

Publicado quarta-feira, 18 de Setembro de 2013 - 0h00