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Indústria gaúcha cresce apenas 0,3% em 2012

O ano de 2012 encerrou com o Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI-RS) repetindo 2011: apenas 0,3% de crescimento, completando mais um período desfavorável à indústria gaúcha. "O resultado anêmico, sobretudo dos indicadores mais associados à produção, refletiu uma ampla convergência de fatores restritivos, em especial, a falta de competitividade diante dos concorrentes internacionais, que provocou um forte acúmulo de estoques", explicou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, ao analisar os números da pesquisa, divulgada pela entidade nesta terça-feira (5).

Entre os indicadores associados à produção de performance ruim referidos pelo presidente da FIERGS, destacaram-se nos 12 meses do ano passado as horas trabalhadas na produção (queda de 3%) e a Utilização da Capacidade Instalada (-1,3%). Em relação ao mercado de trabalho, o emprego caiu 1,9%. A expansão do faturamento (2,1%) e da massa salarial (5,8%) não escondeu o cenário pouco propício à atividade produtiva no Estado.

Os setores que apresentaram maior queda no IDI-RS ao longo dos 12 meses foram Metalurgia Básica (-8,6%), Couro e Calçados (-2,7%) e Veículos Automotores (-2,4%). Os principais resultados positivos vieram de Móveis e Diversos (6%), Máquinas e Equipamentos (4,8%) e Químicos e Refino de Petróleo (2,3%).

Segundo Heitor José Müller, ainda sem soluções para os principais problemas estruturais do setor, o desempenho da indústria gaúcha só não foi pior porque a adoção de alguns pacotes de estímulos governamentais − como desonerações tributárias, aumento do protecionismo, desvalorização cambial e redução da taxa de juros − contribuiu para que o resultado não fosse ainda mais fraco. Desta forma, possibilitou uma retomada no início do segundo semestre, após os primeiros seis meses de queda. "Para 2013, as expectativas são pouco mais otimistas. Com estoques normalizados, o cenário para o ano é de continuidade do processo de recuperação gradual. Mas a sustentabilidade do crescimento no médio e longo prazo exige soluções para os elevados custos de produção", apontou o presidente da FIERGS.

DEZEMBRO − Em relação a novembro de 2012, o IDI-RS de dezembro cresceu 2,9%, na série livre de influências sazonais. Foi impulsionado, sobretudo, pela massa salarial (4,5%) e pelas compras industriais (4,8%). A contração dos componentes mais diretamente ligados à produção ocorreu pelo segundo mês consecutivo. Na mesma base comparação, o nível de utilização de capacidade instalada caiu 4,4%, o faturamento, 2,8%, e as horas trabalhadas na produção, bem como o emprego, 0,7%.

Publicado Terça-feira, 5 de Fevereiro de 2013 - 0h00