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Região Sul precisa de R$ 15,2 bilhões para compensar o atraso na infraestrutura

As 51 obras prioritárias para a infraestrutura de transporte da Região Sul necessitam de um total de R$ 15,2 bilhões em investimentos até 2020. "Se nada for feito, haverá um colapso na nossa infraestrutura e logística", alertou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Heitor José Müller, durante o lançamento do Sul Competitivo, que contou com as presenças do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, e do secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque.

No total de 2 mil páginas, o estudo alinha 177 projetos que podem destravar os nós logísticos. "É preciso a união dos governos estadual e federal, dos parlamentares e do setor produtivo para resolver os gargalos que impedem a competitividade de toda a Região Sul do Brasil. O estudo que apresentamos mostra que o custo de não fazer é muito maior do que os investimentos necessários para as obras de infraestrutura apontadas", disse Müller, nesta segunda-feira (5), na sede da entidade, quando o trabalho foi apresentado à Bancada Federal gaúcha, a empresários e à imprensa.

Segundo o presidente da FIERGS, o custo logístico do Brasil − que engloba transporte, estoque e armazenagem − chega a 15,4% do Produto Interno Bruto, de acordo com projeções do Banco Mundial. "Outras fontes asseguram uma colocação ainda pior, em torno de 17% do PIB, e no Rio Grande do Sul chegaria a 18% do PIB estadual. Enquanto isto, o custo logístico nos Estados Unidos é de 8,5% do PIB e a média dos países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico atinge 9%.

Para o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, os três Estados e seus parlamentares têm a obrigação de trabalhar de forma planejada, desprovidos de interesses partidários. "A Região Sul tem sido vitoriosa nos últimos anos na viabilização de investimentos, como é o caso das duplicações das BR-101, BR-392 ou a BR-448, que irá desafogar o tráfego na BR-116", citou Maia.

O secretário de Infraestrutura e Logística do Rio Grande do Sul, Beto Albuquerque, representando o governador Tarso Genro, também destacou os prejuízos da não realização das obras sugeridas pelo Sul Competitivo. "Vamos incluir estes projetos no Plano Estadual de Logística e Transporte do Rio Grande do Sul, atualizado anualmente de acordo com os movimentos econômicos mundiais e vocações produtivas do Estado, com recursos do Banco Mundial", garantiu Albuquerque.

O lançamento do estudo Sul Competitivo foi precedido de uma reunião com a Bancada Federal Gaúcha, nesta terça-feira, na sede da FIERGS, para tratar das questões de infraestrutura e logística. "Nosso propósito é o de colaborar, através do diálogo franco e aberto, posicionando claramente os interesses do setor industrial no desenvolvimento sustentado do Rio Grande do Sul e do País", afirmou aos 11 parlamentares presentes. "Temos agora um mapa de prioridades, ou seja, sabemos por onde começar e a dimensão de cada etapa a ser vencida e o seu impacto competitivo", argumentou.

Para o coordenador da Bancada Federal, deputado Renato Molling, a iniciativa é importante para que o setor empresarial tenha condições de igualdade em conquistar espaço no mercado global: "O formato das Parcerias Público Privada (PPPs) pode ser um caminho rápido e eficiente. Os recursos públicos não são suficientes para fazer no tempo certo o que precisa ser feito". Molling salientou que as propostas também podem pautar as emendas parlamentares.

O Sul Competitivo foi apresentado a empresários gaúchos em evento conduzido pelo coordenador do Conselho de Infraestrutura da FIERGS, Ricardo Portella Nunes. O diretor da Macrologística, empresa responsável pelo levantamento, Olivier Girard, mostrou o detalhamento do estudo.

Publicado segunda-feira, 5 de Novembro de 2012 - 0h00