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Exportações das indústrias gaúchas encerram 2011 no mesmo patamar de 2008

As exportações industriais gaúchas encerraram 2011 com um crescimento de 18%, em relação ao ano anterior, e somaram US$ 15,6 bilhões. "Apesar de parecer expressivo, o resultado apenas coloca as vendas externas no patamar de 2008, após dois anos seguidos de estagnação decorrente dos efeitos negativos da crise financeira internacional", disse o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller.

Porém, os embarques de produtos básicos foram o grande destaque em 2011, com expansão de 76,1%. Isso ocorreu devido a forte demanda por commodities, sobretudo dos países emergentes, capitaneadas pela China. No total das vendas do Estado, o avanço chegou a 26,3%, em comparação com 2010. A participação da indústria na pauta exportadora passou de 86%, naquele ano, para 80% em 2011. Este último número reforça uma tendência que vem se intensificando ao longo da última década. Em dez anos, a redução dos produtos industriais na pauta gaúcha já soma 10,2 pontos percentuais.

O incremento das exportações industriais foi disseminado. Dos 25 segmentos, 19 avançaram em relação ao ano passado. No entanto, apenas seis deles concentraram 84,3% dos envios: Produtos Alimentícios, Químicos, Tabaco, Máquinas e Equipamentos, Couro e Calçados e Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias.

Com relação às perspectivas para 2012, o presidente da entidade se mostrou preocupado: "O desempenho do setor exportador do Rio Grande do Sul pode sofrer uma desaceleração considerável neste ano, pois os efeitos da estiagem devem atingir grande parte da cadeia de alimentos e da agroindústria". Müller também chamou a atenção para outros fatores que prejudicam o setor, como o aumento do protecionismo comercial, sobretudo na Argentina e na Zona do Euro.

As importações do Estado avançaram 18% no total de 2011, atingindo US$ 15,7 bilhões, com destaque para os incrementos nas compras de bens intermediários e de consumo. "Os resultados mostram um aprofundamento da substituição de produtos nacional pelos importados, em parte pela taxa de câmbio valorizada, pelo alto custo da produção no Brasil, que diminui a competitividade, e pelo dumping cambial e social da China", destacou Müller.

No que se referem aos destinos, os chineses foram os que mais receberam produtos gaúchos (17,4%). Em segundo lugar, os argentinos responderam por 10,2% dos pedidos, seguidos pelos norte-americanos, com 7,1% de participação.

O Rio Grande do Sul manteve a quarta posição entre os Estados que mais exportaram em 2011, somando 7,6% do total da pauta brasileira, em relação a 2010. O primeiro lugar ficou com São Paulo (23,4%), seguido por Minas Gerais (16,2%) e Rio de Janeiro (11,5%).

Dezembro − No último mês do ano, as exportações gaúchas expandiram 7%, atingindo US$ 1,4 bilhão, na comparação o mesmo mês do ano passado. O setor industrial foi responsável por 89% dos embarques, contra 93% em 2010. As importações do Estado desaceleraram 3,5% e chegaram a US$ 1,2 bilhão.

Publicado domingo, 15 de Janeiro de 2012 - 0h00