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Sistema FIERGS implanta Conselho da Agroindústria para fortalecer o segmento

A cadeia produtiva da agroindústria, que representa 15% do PIB industrial do País e participa com 21,9% dos empregos da indústria de transformação, ganhou na sexta-feira (23) um apoio no Estado para o seu desenvolvimento. FIERGS/CIERGS instalaram o Conselho da Agroindústria (Conagro). O ato contou com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, o presidente do Sistema FIERGS, Heitor José Müller, industriais e lideranças empresariais e políticas. "O Brasil é, hoje, o maior exportador de alimentos e o segundo produtor do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. As riquezas produzidas no campo brasileiro somam cerca de US$ 500 bilhões anualmente, o equivalente à soma de toda a riqueza produzida em países como Argentina e África do Sul e ao dobro da produzida por países como o Chile e a Dinamarca. O campo brasileiro é uma potência mundial. E, por isso mesmo, tem grandes desafios", afirmou o ministro.

Mendes Ribeiro Filho destacou o foco da sua gestão à frente do Ministério da Agricultura. "Vamos criar as condições políticas para que o campo receba mais e melhores recursos para financiar investimentos. Há tratativas já em andamento para que o BNDES crie uma vice-presidência de agronegócio, mais sensível e mais sintonizada com o contexto, os temas e as agendas específicas do setor". A outra medida é o reforço e o aperfeiçoamento dos procedimentos relativos à sanidade animal. "Estamos integrando as políticas agrícolas dos Estados com as da União. A criação do Sistema Único de Sanidade Agropecuária vai dar mais agilidade e diminuir o tempo entre a identificação de uma ameaça e a ação efetiva dos governos. Queremos nos proteger de riscos reais e imaginários. Temos certeza de que, frequentemente, o Brasil tem sido vítima de medidas comerciais protecionistas disfarçadas de medidas sanitárias".

Também citou a preocupação com os investimentos feitos por empresas controladas por capital estrangeiro. "Nosso País precisa ter um controle efetivo sobre seu território, mas impõe-se que separemos o joio do trigo, estimulando o capital produtivo que venha ajudar no crescimento do Brasil e barrando o capital que tenha por único objetivo a especulação", disse. Segundo o ministro, se a questão não for resolvida, o Brasil poderá deixar de receber cerca de US$ 70 bilhões em investimentos nos setores de açúcar e álcool, celulose, mineração e siderurgia. "Na celulose, por exemplo, o RS corre o risco de perder investimentos na ordem de US$ 4 bilhões. Precisamos estar atentos, governo do Estado, FIERGS e Governo Federal".

O presidente do Sistema FIERGS salientou a forte diversidade da indústria gaúcha, que tem a cadeia produtiva da agroindústria como um dos pilares. "Ela está na origem do nosso processo de industrialização. Consolidou-se ao longo do tempo e inovou. Tem produtos exportados para os mais diversos países. Dispõe de todos os requisitos da modernidade, das exigências globais, e da qualidade de classe mundial. Se a agroindústria faz parte dos primórdios do nosso setor industrial, ela também faz parte do futuro da nossa economia", disse. Müller lembrou ainda que o segmento é responsável pelo suprimento de parcela da demanda do planeta por alimentos saudáveis, a preços compatíveis, e de alta qualidade nutricional para os consumidores. "É nessa visão de futuro que incluímos o Conagro", concluiu, ao anunciar o industrial Marcos Oderich como coordenador do Conselho da Agroindústria.

A necessidade de se agregar valor à produção agrícola e pecuária foi abordada por Oderich. "Vamos trabalhar para o aumento dos níveis de competitividade, aproveitando as experiências daqueles segmentos que já conquistaram êxito no mercado mundial. De outra parte, nossa intenção é realizar um diagnóstico dos segmentos cuja participação tem sido descendente, buscando sua revitalização e, em alguns casos, visualizando as alternativas de reconversão industrial".

Publicado sexta-feira, 23 de Setembro de 2011 - 0h00