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Atividade Industrial do RS recua 14,7%

A atividade industrial gaúcha voltou a cair fortemente ainda sob os efeitos da crise econômica internacional. O recuo em fevereiro chegou a 14,7%, em comparação com o mesmo período de 2008. "Com este resultado, o setor acumula, no primeiro bimestre de 2009, uma desaceleração de 14,3%, configurando-se na maior taxa de retração já experimentada no Estado", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, nesta quarta-feira (1º), ao divulgar o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS). Em relação a janeiro, a queda foi de 0,6%, descontados os efeitos sazonais. O industrial lembrou que o indicador já vinha negativo em novembro (-4,7%), dezembro (-8,0%) e janeiro (-13,8%).

De acordo com Tigre, a grande intensidade das perdas e a sua disseminação entre a maioria dos setores pesquisados foram as características predominantes em fevereiro. Todas as variáveis da pesquisa, tanto aquelas ligadas à produção quanto ao mercado de trabalho, registraram quedas expressivas: compras (-33,1%), faturamento (-17,5%), horas trabalhadas (-13,6%), utilização da capacidade instalada (-9,6%), massa salarial (-6,8%) e emprego (-4,2%). Dos 17 segmentos analisados, 16 apontaram menor atividade no mês. Os maiores recuos foram em Metalurgia Básica (-41,1%), Fumo (-28,9%), Químicos (-27,6%), Máquinas e Equipamentos (-20,9%) e Veículos Automotores (-19,8%). Apenas Têxtil obteve uma elevação (0,9%).

No primeiro bimestre de 2009, a queda de 14,3% no desempenho das indústrias foi a maior registrada desde 1991, quando iniciou a série histórica do IDI-RS. Os indicadores ligados à produção continuam sendo os mais afetados. As compras, o faturamento e as horas trabalhadas seguem bem inferiores ao patamar registrado no ano passado e apontaram recuos de 34,9%, 19,2% e 12,3%, respectivamente. Outro indicador que demonstra a retração da atividade econômica é a utilização da capacidade instalada, que caiu 8% e chegou a 78,2%, a menor desde 1995. "O baixo nível de utilização da capacidade instalada, junto com a fraca demanda interna e externa, deve contribuir para que a indústria gaúcha adie investimentos", ressaltou o presidente da FIERGS. A falta de crédito e a queda das exportações, explica Tigre, ainda são os fatores que contribuem para disseminar a turbulência global na indústria gaúcha.

Em relação aos índices do mercado de trabalho, o emprego encerrou o primeiro bimestre de 2009 com um decréscimo de 2,9%, frente ao mesmo período do ano passado. A massa salarial, por sua vez, caiu 4,1%. As maiores perdas do emprego atingiram os setores de Couros e Calçados (-9%), Máquinas e Equipamentos (-5,9%) e Borracha e Plásticos (-6%). O índice de difusão, que mostra o grau de abrangência da crise, demonstra que mais da metade (50,7%) das indústrias pesquisadas reduziram o seu quadro de pessoal.

Publicado quarta-feira, 1 de Abril de 2009 - 0h00