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Embaixador diz que falta pouco para acordo entre Mercosul e UE

Arslanian afirma que depende apenas da oferta agrícola da UE

Se houver uma oferta agrícola que represente a criação de comércio efetivo, acredito que em 20 dias de negociação teríamos um acordo comercial entre o Mercosul e a União Européia. Esta foi a perspectiva dada pelo embaixador Regis Arslanian, representante permanente do Brasil junto à Aladi e ao Mercosul, durante o seminário Os Impactos das Negociações Internacionais nas Empresas, promovido pela Federação das Indústrias do RS, através do Conselho de Negociação Internacional e Comércio Exterior, e Fecomércio, realizado na manhã desta segunda-feira (23) na sede da FIERGS. O diplomata disse que é mais fácil negociar com a União Européia do que com os Estados Unidos, já que a UE não condiciona o acesso ao mercado a outras questões. ''As exigências dos Estados Unidos nos impedem de avançar nas negociações, pois impõem condições que extrapolam o comércio'', comentou.

Arslanian destacou que no dia 7 de maio haverá a primeira sessão do Parlamento do Mercosul, em Montevidéu. ''Neste primeiro encontro haverá a formação da mesa e das comissões e, a partir do final de junho, o Parlamento se reunirá mensalmente'', disse. O embaixador explicou que os cinco países terão 18 representantes dos seus congressos que farão parte deste fórum. ''No final de quatro anos, a população vai escolher os representantes que integrarão o parlamento'', disse ele. Arslanian afirmou ainda que até o final do ano deverá ser formado um grupo técnico de negociadores permanente também em Montevidéu. ''Este grupo facilitaria muito o trabalho de negociação tanto interna, do próprio Mercosul, quanto externa'', comentou.

O embaixador explicou que está elaborando a Carta de Montevidéu, que trará os eventos, reuniões e discussões que estão acontecendo no Mercosul, e disponibilizará para a sociedade civil. ''Minha intenção é fazer um relato trimestral do que está acontecendo no bloco'', comentou. Ele salientou que as conversações com a Venezuela continuam acontecendo e que a Bolívia também quer aderir. ''Divergências sempre vão acontecer, mas há uma consciência de todos os membros de que o bloco é estratégico'', afirmou o diplomata.

O coordenador do Conselho de Negociação Internacional e Comércio Exterior da FIERGS, Cezar Muller, destacou a importância dos empresários participarem, através da Federação e entidades, das negociações que são levadas pela Coalizão Empresarial. ''Nosso desafio é contribuir cada vez mais e aumentar o engajamento dos industriais a fim de salientar o papel do setor privado nas negociações'', comentou. O coordenador da Coalizão Empresarial Brasileira, Osvaldo Douat, destacou que a entidade já tem dez anos e que desde então vem contribuindo para as negociações comerciais do Brasil.

Publicado segunda-feira, 23 de Abril de 2007 - 0h00