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Pólo de bioenergia tem apoio do Grupo CEEE

As metas são um novo mapa energético e políticas de incentivo

A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) recebeu nesta terça-feira (13/3) o Grupo CEEE para debater as estratégias de implantação de um pólo da agroindústria energética no Estado. ''Vamos trabalhar juntos para que o horizonte dos biocombustíveis no mundo passe a mostrar uma paisagem positiva e onde o Brasil terá lugar de destaque por suas características geoeconômicas, pela liderança empreendedora da iniciativa privada e pelas competências de suas autoridades governamentais'', afirma o presidente da FIERGS, Paulo Tigre.

''Queremos agregar esforços, pois a FIERGS já vem estudando a questão do álcool e do etanol. Vamos colocar a estrutura da CEEE e da Secretaria de Infra-estrutura à disposição para que juntos possamos construir um novo mapa energético e uma carteira de projetos para oferecer aos grandes investidores de energias alternativas'', garantiu o presidente do Grupo CEEE, Delson Luiz Martini, no encontro realizado na sede da FIERGS.

De acordo com Martini, o desenvolvimento de uma nova matriz energética está entre as prioridades do Governo do Estado. Ele explicou que atualmente apenas 11% da energia consumida no Estado é hidrelétrica. O foco ainda são os derivados do petróleo, que representam 60%. ''No momento estamos numa etapa de redefinição das políticas para tornar viável economicamente e ambientalmente a produção do etanol. A idéia é que num prazo de oito meses possamos, juntamente com a FIERGS, estabelecer esse mapa energético e construir a viabilidade da sua execução'', disse.

Na semana passada, a FIERGS assinou um protocolo de intenções com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para pesquisa do etanol e ganhou a adesão do agora denominado Grupo CEEE, passando a atuar como uma holding, que vai se preocupar não só com a eletricidade e sim com todas as fontes de energias possíveis para o Rio Grande do Sul. Conforme o coordenar do Conselho de Infra-Estrutura da FIERGS, Ricardo Portella Nunes, a grande carência hoje do Estado é na produção de etanol. ''Produzimos menos de 2% do consumo. O objetivo da FIERGS, CEEE e da Embrapa é desenvolver uma tecnologia de cana-de-açúcar para alcançar uma produtividade próxima a de São Paulo. Precisamos ter condições de produzir álcool a custos competitivos. O Governo do Estado precisará dar incentivos para que isso se torne realidade, pois temos hoje um consumo muito alto de etanol, mas a produção toda é de São Paulo e não do Rio Grande do Sul'', afirmou.

O protocolo de cooperação técnica assinado entre a FIERGS e a Embrapa terá um orçamento inicial de R$ 8,2 milhões e o destaque será a produção de etanol. O objetivo principal é o desenvolvimento de cultivares de cana-de-açúcar adaptadas às diferentes regiões gaúchas. Além disso, estudos do Centro de Tecnologia Canavieira de São Paulo indicam a possibilidade de implantação de 10 usinas de etanol no Rio Grande do Sul.

Publicado Terça-feira, 13 de Março de 2007 - 0h00