Após queda de 3,1% verificada em março, parte do nível de atividade da indústria gaúcha foi recuperada no mês de abril. Segundo o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta quarta-feira (5), a expansão foi de 2,2%, na série com ajuste sazonal, contribuindo para tal resultado especialmente o faturamento real e as compras industriais, que subiram 7,1% e 8,7%, respectivamente. A média móvel trimestral do índice, usada para aferir tendências e diminuir a volatilidade mensal, mostra estabilidade desde julho do ano passado, confirmando que o setor passa por um período de estagnação.
Já as horas trabalhadas na produção e a utilização da capacidade instalada (UCI) cresceram 0,2% e 0,6 ponto percentual (para 81,8%), ante março. Por outro lado, o emprego e a massa salarial real caíram 0,2% no mês. De acordo com a FIERGS, os Indicadores Industriais de abril mostraram que a atividade do setor continua instável e estagnada, tendo com o principal entrave a demanda, afetada internamente pela fragilidade do mercado de trabalho, pela política fiscal restritiva e pelas incertezas no cenário político, e externamente, pela desaceleração global, sobretudo a crise da Argentina.
ANÁLISE ANUAL
Na análise dos quatro primeiros meses de 2019, com exceção da massa salarial real, que caiu 2,5%, os demais componentes registraram alta no acumulado na comparação com o mesmo período de 2018: faturamento real (6,2%), compras industriais (1,9%), UCI (1,4 ponto percentual), horas trabalhadas na produção (0,9%) e emprego (0,5%). Mas nessa mesma base de comparação, sob a ótica setorial o quadro é muito desigual: apenas oito dos 17 setores analisados apresentaram crescimento. Destaque positivo para Veículos automotores (16,3%) e Tabaco (18,6%). Na contramão, Alimentos (-2%), Químicos e derivados de petróleo (-1,3%) e Produtos de metal (-2%) provocaram o impacto mais negativo. A contribuição dos setores de Borracha e plásticos (+0,9%), Móveis (+0,6%), Bebidas (-0,1%) e Couros e calçados (-0,3%) foi praticamente nula.
Na comparação mensal com abril de 2018, a atividade industrial no RS apontou alta de 2,5%, o que elevou o acumulado do ano de 1,7% até março para 1,9% até abril. Em 12 meses, porém, a desaceleração continua de 2,4% para 2,1%, o menor resultado desde julho de 2018 (2%).
Mais informações em http://www.fiergs.org.br/pt-br/economia.