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O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), nessa segunda-feira (5), fechou o primeiro semestre de 2019 com crescimento de 2,7% na comparação com os seis primeiros meses de 2018. “A indústria gaúcha está inserida em um contexto de estabilização desde o início do segundo semestre de 2018. A baixa base de comparação no mesmo período do ano passado favoreceu o crescimento da atividade nesse ano”, diz o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.

Os destaques entre janeiro e junho de 2019 foram o faturamento real e as compras industriais, que tiveram alta de 6,7% e 6%, respectivamente. Outros componentes dos seis que compõem o IDI-RS também deram contribuições importantes: horas trabalhadas na produção (0,3%), emprego (0,4%) e Utilização da Capacidade Instalada (UCI, que subiu 1,6 ponto percentual). Apenas o indicador de massa salarial real (-1,1%) caiu no período.

O presidente da FIERGS ressalta que a demanda interna fraca é a principal causa desse cenário de estabilidade da indústria gaúcha, marcado também por desemprego alto, crise fiscal e incertezas econômicas, fatores restritivos aos investimentos e consumo. No mercado externo, a principal razão é a crise argentina, que afeta as exportações industriais do Rio Grande do Sul. “Para a segunda metade do ano, espera-se lentamente a volta da atividade industrial à trajetória observada antes dos protestos dos caminhoneiros, no ano passado. Há confiança na indústria gaúcha, em um ambiente de inflação controlada, juros baixos, menor endividamento das famílias e menor incerteza com a aprovação da Reforma da Previdência”, observa Petry.

IDI agosto 2019

Entre os 17 setores industriais pesquisados , em dez deles o nível de atividade cresceu no período, especialmente Veículos automotores (18,1%) e Tabaco (10%), assim como Madeira (8,4%) e Material elétrico (2,8%), os únicos que aumentaram acima da média da indústria. Os principais impactos negativos vieram de Têxteis (-6,3%), Vestuário e acessórios (-10,1%), Alimentos (-0,9%) e Produtos de metal (-0,8%).

Na comparação com maio de 2019, depois de dois meses seguidos de recuperação a atividade industrial gaúcha voltou a recuar em junho, mantendo a trajetória instável iniciada na segunda metade do ano passado, após a crise dos caminhoneiros. O IDI-RS caiu 2% no período, com ajuste sazonal, devolvendo parte dos crescimentos de abril (2,2%) e maio (1,5%).

Dos componentes do IDI-RS, apenas emprego (0,2%) e massa salarial real (0,5%) apresentaram crescimento em junho. Faturamento real (-6,7%), compras industriais (-8,3%), UCI (-1,4 ponto percentual e grau médio de 81,6%) e horas trabalhadas na produção (-1,6%) caíram em relação a maio, com ajuste sazonal. 

COMPARAÇÃO ANUAL
Em relação ao mesmo mês do ano passado, o IDI-RS caiu 2,8% – a primeira taxa negativa desde maio de 2018 –, resultado influenciado pelo menor número de dias úteis em junho de 2019 (dois a menos). Além do calendário, vale lembrar que junho do ano passado foi o mês da recuperação pós-crise dos caminhoneiros.

Publicado segunda-feira, 5 de Agosto de 2019 - 17h17