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A decisão da Argentina de abandonar as negociações futuras de acordos comerciais dentro do Mercosul gera incertezas dentro do bloco, entende a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul  (FIERGS). O país vizinho, em crise econômica interna e diante das incertezas internacionais provocadas pela pandemia do coronavírus, se coloca contra a agenda de negociações em curso com Índia, Singapura, Coreia do Sul, Canadá e Líbano, entre outros. Acordos anteriores, como o da União Europeia,  seguem valendo. “Apesar de seus problemas, o Mercosul é bom comercialmente para as indústrias brasileiras e gaúchas, pois é o principal bloco para as exportações de manufaturados. Muitas pequenas e médias empresas mantêm estratégia de internacionalização regionalmente e o Mercosul resulta na melhor opção”, diz o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry. Atualmente, cerca de 700 empresas gaúchas exportam para a Argentina.

Para o presidente da FIERGS,  o relacionamento bilateral  é “muito relevante para a economia do Rio Grande do Sul e deve ser preservado”. Segundo Gilberto Petry, mais de 9% das exportações  gaúchas no ano passado foram para o Mercosul, sendo 55% para a Argentina, país que terminou como o quarto principal destino das exportações do Estado, totalizando 5,07% de tudo que o RS vendeu. A decisão argentina pode acelerar alterações jurídicas no Mercosul para que os países-membros possam negociar de forma individual. “Com este anúncio, é natural que haverá maior esforço do Brasil para entrar em negociação com os Estados Unidos e com o Japão, ambos de altíssimo interesse para o nosso país”, reforça  Petry, reiterando ser fundamental que essa decisão não afete outros acordos em andamento, como o automobilístico, prorrogado até junho de 2022, e que representa cerca de 50% do comércio Brasil e Argentina.

Ao se considerar a qualidade da pauta exportada e importada, observa o presidente da FIERGS,  é  possível afirmar  que a Argentina é o principal parceiro comercial do RS, especialmente para setores como automóveis e autopeças, veículos, máquinas e equipamentos, calçados e componentes, têxtil e plásticos, entre outros. “Preocupa muito mais ao Rio Grande do Sul a saúde econômica da Argentina e o viés da sua política de importação do que propriamente a agenda internacional conjunta“, conclui Gilberto Porcello Petry.

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Publicado quinta-feira, 30 de Abril de 2020 - 11h11