As exportações de calçados brasileiros vêm caindo nos últimos anos, especialmente, os fabricados em couro. Se em 2007, os envios ao exterior fecharam 75 milhões de pares, em 2013 o índice ficou em 18 milhões, totalizando US$ 500 milhões, apesar de o Brasil ser o País com maior disponibilidade de couro bovino no mundo, com 45 milhões de peles anuais − à frente de nações como os Estados Unidos, com 36 milhões. Por outro lado, as vendas externas de couro como matéria-prima encerraram o ano passado em US$ 2,5 bilhões. Os dados foram apresentados pelo presidente-executivo do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (Cicb), José Fernando Bello, na abertura da Fimec 2014, Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes, nos pavilhões da Fenac, em Novo Hamburgo, nesta terça-feira (19). "A indústria nacional não está aproveitando todo o potencial do couro", destacou Bello, ao frisar que os setores de couro e calçados do Brasil, juntos, podem alavancar o embarque em volume de pares e faturamento.
Já o presidente da FIERGS, Heitor José Müller, salientou que a Federação das Indústrias tem cumprido seu papel em benefício do setor calçadista. "A FIERGS, por meio de seus Centros Tecnológicos do Senai: do Calçado, de Novo Hamburgo; e do Couro, de Estância Velha, procura atender as demandas e as necessidades das indústrias calçadistas no enfrentamento dos desafios permanentes de concorrer num mercado globalizado. Nossa Federação tem sido uma parceira permanente das entidades empresariais na interlocução com o Poder Público, defendendo e promovendo a competitividade das indústrias", afirmou o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.
A 38ª Fimec, que ocorre até o dia 21 de março, conta com mais de 600 expositores, representando aproximadamente 1.200 marcas do mundo. São esperados visitantes de 30 países e 24 Estados brasileiros, com expectativa de 40 mil pessoas − aumento de até 15% em comparação à edição anterior. "Nossas exportações, em fevereiro, tiveram um crescimento de 25,3% em número de pares, na comparação com o mesmo período do ano passado. O Estado teve o melhor resultado na geração de empregos para o mesmo mês, desde 2003, impulsionado pela indústria, o que eleva o entusiasmo para a Fimec", destacou o diretor-presidente da Fenac, Elivir Desiam. Ele também lançou um desafio ao setor. "Nos últimos anos, a produção calçadista brasileira esteve sempre em torno do 800 milhões de pares. Precisamos de uma meta conjunta, e aproveito a presença de todas as entidades para um desafio: atingirmos a marca de 1 bilhão de pares até o final de 2015", declarou.