Para FIERGS, inflação reflete aumento persistente dos gastos públicos
De acordo com a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, o aumento da taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, passando de 11,75% para 12,25%, terá conseqüências sobre o investimento produtivo, o custo dos empréstimos e a confiança dos consumidores. "Entretanto, taxas de juros menores somente serão viáveis quando o governo racionalizar o gasto público. Diminuindo as despesas, dois dos maiores males que assolam a economia brasileira seriam combatidos de uma só vez: a inflação e a carga tributária", afirmou o presidente da FIERGS, Paulo Tigre, ao avaliar a decisão do Comitê de Política Monetária, anunciada nesta quarta-feira (4).
Os riscos inflacionários decorrentes da demanda aquecida, o choque de preço das commodities (agrícolas, metálicas e energéticas) e a deterioração recente nas expectativas de inflação pautaram a decisão do Copom em elevar a Selic. Na avaliação de Tigre, o objetivo do comitê é evitar que a inflação supere a meta em 2009. "Em relação à dinâmica dos preços de 2008, a política monetária ora implementada exercerá pouco ou nenhum efeito. Diante desse cenário, é praticamente improvável reduções dos juros ainda este ano", lamentou o industrial. O Copom irá se reunir novamente nos dias 22 e 23 de julho.